Metrô tem que criar alternativas

21/07/2017 às 20:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:41

O metrô de Belo Horizonte é uma das novelas mais longas e mais complicadas de se chegar a uma solução na história do país. União, Estado e prefeitura não conseguem se juntar para resolver a situação, em um dos maiores exemplos da nossa incompetência histórica na administração pública. 

Não há desculpas em nenhum dos lados. Partidos e grupos políticos se revezaram nos poderes em todos os níveis, tiveram o poder de encaminhar a solução, mas não conseguiram, por vaidade, falta de capacidade ou algo mais que não se justifica. 

A falta de prioridade em relação ao transporte público sobre trilhos na região metropolitana se reflete nos números. Cada vez mais obsoleto, o metrô de BH teve uma caída grande no número de passageiros. 

A crise contribuiu, claro. Sem trabalho, temos menos gente se deslocando para o trabalho via transporte público. Mas ao mesmo tempo a cidade teve 70 mil carros a mais. Ou seja, mesmo em crise, o carro ainda é a opção mais escolhida pela população da capital. Os engarrafamentos, não por acaso, continuam nos horários de pico. 

O metrô não tem mais passageiros porque não é atrativo. Simples. Leva a poucos lugares e não está na região mais populosa da cidade, o Barreiro, e apenas tangencia a área onde há a maior quantidade de postos de trabalho, que é o Centro. 

Desde a sua concepção, ele seguiu a lei do menor custo, seguindo na maior parte do trajeto a linha férrea. As necessidades dos usuários e da cidade não foram priorizadas. 

Dinheiro não deverá haver em níveis significativos para o metrô de BH no curto prazo. A não ser que alguém descubra uma reserva de um mineral valioso no coração da cidade, as receitas não serão suficientes para ampliação decente do projeto.
Em vez de investir o dinheiro a conta-gotas em um sistema arcaico, já que o belo-horizontino não larga o carro, uma alternativa para aumentar a demanda poderia ser a ampliação de estacionamentos nas estações. Assim, o usuário poderia evitar, pelo menos, o trânsito da região central. O custo será o das desapropriações. 

Não resolveria, mas pelo menos seria uma tentativa mais real e palpável, em vez de alimentar um sonho cada dia mais distante. 

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