A pandemia de Covid-19 traz consigo efeitos econômicos igualmente perversos, ao inviabilizar o funcionamento normal de vários setores produtivos; colocar em risco a própria sobrevivência de empreendimentos, bem como de postos de trabalho e do sustento de milhares de famílias. Um impacto global, é bom que se diga, tanto maior quanto igualmente maior for a dificuldade em gerir a questão da saúde; e oferecer suporte a comércio e indústria.
A história mostra, no entanto, que as crises trazem consigo oportunidades, e costumam premiar quem consegue, ainda que a duras penas, fazer seu negócio sobreviver. Infelizmente não ocorrerá em todos os casos mas, como mostra reportagem publicada nesta edição, pode ser algo enfrentado. De uma forma que premiará cada vez mais não só em tempos difíceis, mas numa nova ordem que se desenha.
A transformação tecnológica, digital e econômica tem modificado, sem que se dê conta, todo o arranjo produtivo, condenando alguns setores à obsolescência. Bons exemplos são os filmes fotográficos e locadoras de vídeo/DVD, atropeladas pela mudança. Na mesma velocidade, no entanto, surgem novas possibilidades, descortinam-se horizontes promissores, democratiza-se o conhecimento e, mais do que isso, a capacidade de empreender. As ferramentas nunca foram tantas e tão acessíveis, assim como a possibilidade de concretizar ideias.
Depreende-se que o modelo tradicional de enxergar a atividade profissional também se ajusta aos novos tempos. Salvo ofícios muito especializados, que não têm seu futuro em questão (Direito, Engenharia e Medicina são bons exemplos), não se será mais ‘isso ou aquilo’; mas se estará. E cada vez mais a interdependência entre habilidades e conceitos fará a diferença. O domínio de áreas como marketing (especialmente digital), gestão financeira e logística hoje é decisivo mesmo em atividades tradicionais, e tende a se tornar cada vez mais. Até por isso, deve se buscar a diversificação; abraçar gostos e áreas de afinidade, investir em caminhos que tragam novas perspectivas. A pandemia obrigou a humanidade a sair da zona de conforto. Questioná-la e desafiá-la constantemente pode ser o segredo para se proteger de momentos de turbulência, mesmo menos críticos.