Conhecida no passado como a Cidade Jardim, devido à grande arborização priorizada pelos arquitetos que a projetaram no século 19, Belo Horizonte enfrenta, nos tempos atuais, o desafio de manter o verde espalhado pelas diversas regionais sem que isso se traduza em qualquer tipo de risco para os moradores.
Desde o ano passado, 5,5 mil árvores foram suprimidas da cena urbana. Grande parte delas já com prazo de validade, digamos, vencido. Muitas outras doentes, atacadas por pragas como a mosca branca. A força da natureza agravou a situação e elevou consideravelmente o nível de preocupação e de risco. Em dias de chuva forte, o belo-horizontino viu árvores despencarem sobre carros, muros, telhados e rede elétrica, sobretudo com as precipitações do verão e início do outono.
Para evitar mais transtornos e minimizar os perigos, o Executivo colocou em prática ontem mesmo verdadeira operação pente-fino. Sete mil exemplares serão vistoriados, em todas as nove regionais da administração municipal. Muitos serão podados ou poderão até mesmo ser suprimidos, caso seja constatada a necessidade, o risco iminente de acidente.
Mas nesta “briga” entre a cidade e o verde, é importante encontrar um caminho do meio para que a cidade consiga preservar um título que por tanto tempo encheu de orgulho os cidadãos e diferenciou a cidade de outras capitais do Brasil.
O pente-fino anunciado pela administração municipal exigirá muito critério e cuidado. E a população pode fazer a sua parte para a preservação do verde, ao acompanhar os trabalhos e também apontar possíveis novos problemas.
O ideal é que a “fiscalização” dos cidadãos seja feita o ano inteiro e não somente no período das chuvas ou quando as árvores dão os sinais extertores de uma morte que, quem sabe, poderia ser evitada. Pragas urbanas, idade e podas incorretas são alguns fatores que contribuíram para algumas quedas registradas.
Além de oferecer mais segurança ao cidadão belo-horizontino, o anúncio de uma varredura traz também a boa notícia de um estudo posterior para garantir a reposição adequada – o que significa bem orientada por quem entende do assunto – de árvores que voltem a embelezar a cidade.
É direito e dever de todos nós lutarmos para manter Belo Horizonte com o título de Cidade Jardim.