No combate a uma nova ‘revolta da vacina’

18/09/2018 às 20:52.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:31

As recentes campanhas de vacinação de crianças e jovens, no país e em Minas, foram grandes e árduas batalhas para as autoridades de saúde, com seguidas prorrogações de prazos e apelos na mídia para convencer pais e responsáveis sobre a importância da imunização. 

No decorrer do processo, as notícias costumavam ser desanimadoras: Estados e municípios, entre eles BH, estavam, até a semana passada, longe de completar as metas de proteção contra doenças sérias e sob risco iminente de retorno, como o sarampo e a poliomielite.

A situação chegava a lembrar a chamada “Revolta da Vacina”, famosa insurreição popular ocorrida no Rio de Janeiro, no início do século 20, contra a campanha da vacinação obrigatória, posta em prática pelo sanitarista Oswaldo Cruz.

Por trás da baixa adesão, desta vez, estariam o simples descaso e a falta de responsabilidade, aliadas à circulação de informações falsas sobre problemas que as vacinas poderiam causar. Um estudo forjado, por exemplo, insinuava relação entre as doses contra o sarampo e o desenvolvimento de autismo em crianças.

Embora os dados mostrem que, finalmente, alguns percentuais de cobertura previstos, este ano, tenham sido atingidos na maior parte do Brasil – inclusive em Minas, onde a vacinação anti-sarampo e anti-pólio superou 96% do público pretendido –, o Ministério da Saúde anunciou medidas em estudo para evitar novos apertos.

Entre os mecanismos propostos, o mais polêmico seria a edição de uma norma, conjunta com o Ministério da Educação, para transformar a carteira de imunização em pré-requisito da matrícula escolar. Pela regra geral, há, hoje, apenas uma recomendação de que o certificado seja apresentado.

Alguns especialistas apontam flagrante inconstitucionalidade da solução. A alegação é de que o acesso a serviços de saúde e de educação são complementares e não poderiam ser condicionados um ao outro. Ou seja: vincular matrículas escolares à vacinação não teria cabimento. 

De qualquer forma, enquanto soluções mais eficazes e até impositivas, se preciso, para reduzir a resistência à imunização não são encontradas, é necessário reforçar, a todo momento, a importância da proteção vacinal. 

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