O alcoolismo e suas consequências nefastas

24/08/2018 às 21:37.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:06

 A dependência orgânica e psicológica do álcool, com graves efeitos para os que sofrem diretamente com ela e para quem está ao redor, é, de fato, um enorme problema de saúde pública. Números de atendimentos por transtornos mentais provocados pela doença dão uma mostra disso, mesmo que possam ser aquém da realidade, já que muitos alcoolistas resistem em procurar ajuda – até por não se considerarem enfermos. Só nos serviços públicos da capital, informam as autoridades de saúde, houve mais de 8,1 mil desses atendimentos no primeiro semestre do ano, quase o dobro do que foi registrado no mesmo período de 2017. São, via de regra, casos de surtos ou de episódios de desordem comportamental intimamente ligados ao uso excessivo de bebidas. Na literatura médica, diz-se que, a cada dez pessoas que provam álcool, duas devem tornar-se dependentes. Se tal proporção é levada a um país com 200 milhões de habitantes, como o Brasil, tem-se 40 milhões de alcoolistas. Em BH, com 2,5 milhões de moradores, 500 mil sofreriam do mal. O poder público na cidade, contudo, tem desempenhado seu papel de forma adequada no combater o alcoolismo, o que explicaria, em parte, o aumento nos atendimentos.  Adotada de uns anos para cá, inovadora metodologia para identificar e tratar alcoolistas, seja nos centros de saúde ou nos Centros de Referência em Saúde Mental (Cersam’s), estaria apresentando bons resultados, com a ampliação da atenção a esse público e a redução dos malefícios causados pela doença. Mesmo assim, a quantidade de gente que padece do sofrimento mental em razão da bebida mantem-se alta e em crescimento. Um dos motivos é que cidadãos cada vez mais jovens fazem uso de álcool, o que aumenta as chances de desenvolvimento do vício e de seus efeitos.  Outro é que questões circunstanciais, como a crise econômica e o desemprego, e as próprias vicissitudes da vida moderna fariam, infelizmente, com que mais e mais pessoas procurassem na bebida saídas ilusórias para suas dificuldades. Por outro lado, não se pode perder de vista que a sociedade precisa conscientizar-se melhor sobre o tema. O primeiro passo, talvez, seja apagar o mito de que problemas com álcool são sinal de fraqueza moral. Não são: o alcoolismo, deve-se reforçar, é doença grave e quem dela é acometido necessita de suporte médico, familiar e de amigos para superá-la.  

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