O inferno astral do motorista

15/12/2017 às 21:37.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:17

Desde que a adotou a política de reajuste diário de preços da gasolina e do diesel, em 3 de julho deste ano, a Petrobras já alterou dezenas de vezes o valor dos combustíveis vendidos pelas refinarias do país. O reflexo da revisão para acompanhar a volatilidade crescente da taxa de câmbio e das cotações do petróleo e derivados aparece diretamente no bolso do consumidor. 
De lá pra cá, ou seja, da primeira semana de julho até a segunda semana deste mês, é possível afirmar que o preço da gasolina aos motoristas teve uma variação real de 15%. O reajuste é seis vezes maior do que a inflação de 2,5% medida pelo IBGE, relativa ao acumulado de janeiro a novembro deste ano.
O diesel também está mais caro. Desde a implantação da tal política de reajuste da estatal começou também o inferno astral dos motoristas de caminhão e caminhonete. De julho a dezembro, o combustível teve reajuste de mais de 14% na capital. Já em Minas, os aumentos foram de 14% tanto para a gasolina quanto para o diesel. 
No caso do carro próprio, assustado com o preço, o motorista ainda pode deixar o veículo na garagem, apelar para o transporte público ou tentar uma carona. Mas no caso do diesel a situação é ainda mais complicada. O preço desse combustível impacta diretamente no valor frete e, consequentemente, encarece os produtos que chegam até o consumidor. Sobra inclusive para os itens da cesta básica. 
Nas bombas, a gasolina já é vendida em Belo Horizonte por até R$ 4,299. Já o diesel é encontrado por mais de R$ 3,30. Ruim para o consumidor e para o comerciante. 
Os empresários reclamam da trabalheira na troca quase que diária das placas com os preços. E para atrair o motorista, que colocou o pé no freio do consumo diante dos valores exorbitantes, passaram a aceitar pagamentos parcelados a perder de vista no cartão de crédito.
Nesse cenário, o etanol aparece como a luz no fim do túnel. Mas antes de pedir para encher o tanque é bom fazer as contas. O derivado da cana-de-açúcar precisa estar custando até 70% do valor da gasolina para ser vantajoso. Vale lembrar que os postos são obrigados a trazer a informação clara e em local visível para o cliente

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