O preocupante gargalo da falta de qualificação

11/02/2020 às 18:54.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:36

No último dia 3, o Hoje em Dia mostrou como as startups mineiras vêm sofrendo com a falta de mão de obra qualificada, sendo obrigadas a trazer profissionais de outras partes do país. Trata-se de segmento de ponta, que enfatiza habilidades inovadoras e que aponta para o futuro no que tange a perspectivas de crescimento e geração de postos de trabalho.

Não se trata, no entanto, do único. Setores bem menos especializados padecem do mesmo problema, como revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Que, é bom dizer, revela redução no percentual de insatisfação – dos 66% de 2013 para os 50% atuais. O número, no entanto, ainda é bastante elevado – a cada duas indústrias, uma se queixa da falta de mão de obra devidamente preparada.

Ao analisar o cenário brasileiro, é difícil creditar tal panorama à falta de oportunidades de qualificação. Tanto no ensino técnico quanto no superior, tem havido aumento na oferta, que acompanha inclusive os novos movimentos tecnológicos e econômicos. E não há como ignorar o relevante trabalho desenvolvido pelo chamado Sistema S, não só no que diz respeito à indústria, mas também ao comércio e serviços. Muitas vezes em parceria com as próprias empresas, desejosas de contar com a força de trabalho preparada para os desafios exigidos.

Tal gargalo traz perspectivas preocupantes para a esperada retomada da economia e a criação das condições para um crescimento real sustentado. Não bastassem a elevada carga tributária, as dificuldades logísticas e o enredamento burocrático, a falta de pessoal qualificado constitui obstáculo significativo à expansão industrial, e pode frustrar planos nesse sentido.

Num momento em que as estatísticas de desemprego ainda são expressivas (quase 12 milhões de pessoas) e opções menos promissoras se consolidam – o processo que se convencionou chamar de ‘uberização da economia’ –, é fundamental enxergar além do imediato e atentar para os benefícios a médio e longo prazo de uma formação adequada às expectativas do mercado. Um esforço que aponta para perspectivas bastante atraentes de colocação e crescimento, com os consequentes benefícios financeiros. Não há porque perder esse trem, o que seria indigno para quem se quer potência.

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