País deve deixar de ser casa ideal para doenças

20/06/2018 às 20:43.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:52


A constatação é triste, mas real: o Brasil tornou-se, por décadas, ambiente mais que propício ao surgimento e disseminação de doenças transmitidas por vetores. As mais comuns delas são as chamadas arboviroses –males causados por vírus e que atingem as pessoas pela picada de mosquitos contaminados, como o Aedes aegypti e o Culex.

O crescimento desordenado das cidades, o clima quente e as condições precárias de saneamento explicam isso, em parte. Mas devem ser somados ao fenômeno mais recente do aumento do intercâmbio internacional, tanto de brasileiros que visitam outros países como de estrangeiros que aqui chegam, turistas ou refugiados de diferentes nações –muitos deles com políticas de imunização ineficientes ou inexistentes. O resultado da equação são doenças que, ano a ano, ressurgem, renovam-se e assolam a população.

Não bastassem a dengue, a febre amarela e as coirmãs zika e chikungunya, que já causaram mortes e fizeram adoecer milhões de brasileiros e que prometem seguir em destaque no nosso triste cardápio de epidemias, quem entende do assunto aponta, agora, a existência de casos suspeitos ou diagnosticados de diversas novas doenças, além da possibilidade de que outras tantas apareçam por aqui.

Viroses como a encefalite de Saint-Louis, a febre do Nilo Ocidental e a febre do Mayaro, todas causadas por vírus passados ao ser humano por mosquitos, avizinham-se, perigosamente, e pintam um quadro extremamente preocupante para a saúde pública.

O combate a surtos e epidemias dessa natureza, por sua vez, tem se mostrado infrutífero ao longo do anos. As estratégias de erradicação dos vetores são falhas, dizem especialistas, e boa parte da população continua sem cumprir seu papel, deixando os insetos à vontade para procriar. 

Como ainda não há vacinas para grande parte dessas doenças (exceção é a febre amarela), o que resta é apelar para o bom senso. Primeiro, dos governantes, para que empenhem esforços e recursos não apenas no trabalho de eliminação dos vetores, mas na melhoria efetiva do saneamento básico. Depois, dos próprios brasileiros, para que assumam sua parcela de responsabilidade, mudem comportamentos e ajudem o país a deixar de ser tão hospitaleiro para tais pragas. 
 

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