Patrimônio restaurado, população orgulhosa

11/10/2018 às 22:39.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:56

 Preservar o patrimônio histórico é acalentar a alma da população que vive no seu entorno. E é isso que os belo-horizontinos sentem ao ver a recuperação da Igreja de São José, que passa por obras desde 2009 e, já mais que centenária, deve ser reinaugurada no início de dezembro, como parte das comemorações pelos 121 anos da cidade. Fundado no início do século passado, quando Belo Horizonte, nascida em 1897, ainda engatinhava, o templo foi construído pela congregação dos redentoristas e apresenta o estilo neomanuelino, o principal da arquitetura romântica portuguesa, com fortes influências da arte holandesa. Com seus 60 metros de comprimento e 19 de largura, e no formato perfeito de uma cruz latina, a igreja é um dos mais notáveis monumentos da cidade. Hoje, também é um dos principais pontos de reunião de católicos, recebendo 1,5 mil pessoas durante a semana e mais de 5 mil, aos domingos.  Destaque-se que o restauro da igreja foi resultado de um esforço colaborativo, sobretudo da comunidade católica. Até a fase final das obras, passados quase dez anos, as doações atingiram cerca de R$ 7 milhões.  Isso não significou, contudo, que os trabalhos tenham ficado a cargo apenas da igreja. O projeto, informam os responsáveis, foi acompanhado de perto pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, reforçando a ideia de que o prédio pertence à história da capital. As ações envolveram cerca de 50 pessoas, dedicadas à recuperação da parte externa, com o resgate das verdadeiras cores das paredes, reformas no lado de dentro e nos fundos, além de medidas para requalificar o espaço sem descaracterizar os traçados iniciais. O resultado foi uma surpresa para a quase totalidade dos moradores e dos visitantes da capital, que desconheciam a configuração original do templo e passaram, independentemente de religião, a enxergá-lo como um novo cartão-postal, uma importante referência para suas vidas.Seria ótimo que iniciativas como a da restauração da Igreja São José se multiplicassem. Valorizar a identidade cultural e preservar a memória coletiva de uma cidade não são luxo. São, de fato, uma necessidade.  

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