Pedestres e motoristas travam guerra diária

28/09/2018 às 21:22.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:42

Imprudência e desatenção, tanto de motoristas quanto de pedestres, e deficiências nos sistemas de gradis e proteções em pistas são as principais causas de uma estatística trágica que assola toda a capital, especialmente em algumas das principais avenidas da cidade. 

De janeiro a agosto deste ano, dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) indicam a ocorrência de quase 12 mil atropelamentos em Belo Horizonte, gerando um gasto de R$ 3 milhões anuais, segundo a PBH, só com a internação das vítimas. 

Destaque-se que 20% dos casos foram registrados em cinco grandes corredores de trânsito: Pedro I, Pedro II, Antônio Carlos, Cristiano Machado e Nossa Senhora do Carmo.
 

Embora seja a que contabiliza a menor circulação de veículos, com 45 mil por dia,a Pedro I, na região Norte, é a campeã em acidentes do tipo. Foram, naquele período, 624 vítimas, ante 622 na Antônio Carlos, que tem fluxo de carros e caminhões três vezes maior (135 mil/dia).

Uma das razões da alta concentração de atropelamentos na via é a grande quantidade de residências, escolas e unidades de saúde, na própria avenida e nas imediações, o que se traduz em um elevado número de pedestres.

Paralelamente, observa-se ali ausência de passarelas, mesmo que especialistas afirmem que a estrutura não seria a mais indicada para o local.

Para reduzir os números, na Pedro I e em outras ruas e avenidas, o que se aconselha é ir além das tradicionais campanhas educativas para motoristas. Um dos segredos é levar a educação de trânsito para as escolas, dando prioridade, portanto, aos não-motoristas – pessoas que nunca tiveram aulas de legislação e que, por isso, desconhecem regras e sinalizações.

Além disso, é fundamental a instalação e a manutenção regular de obstáculos à ousadia de quem está a pé em áreas de maior perigo, bem como a oferta de opções para que pedestres tenham segurança na “guerra” diária com os automóveis. 
Quanto a isso, mencione-se que, em percursos feitos por este jornal na Antônio Carlos e na Cristiano Machado, foram constatados diversos pontos com divisórias de pistas empenadas, quebradas ou ausentes.

Fato é que não se pode permitir é que os atropelamentos continuem em elevação na cidade, incapacitando e matando pessoas. Atenção dos motoristas, estruturas de travessia bem cuidadas e atraentes e maior responsabilidade de pedestres são ingredientes da solução.
 

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