O Minha Casa Minha Vida é um dos programas mais importantes e mais abrangentes que o país tem hoje. Atende a grande parte da população, desde aquele que não têm condições de comprar um imóvel próprio sem o subsídio até as famílias com renda maior, que dependem da ajuda do programa para conseguir um imóvel de mais qualidade. Portanto, qualquer problema que ocorra com essa iniciativa causa um transtorno a milhares de pessoas.
Muitas pessoas estão hoje apreensivas com a demora incomum na assinatura dos contratos de financiamento, conforme mostramos na edição de hoje. Algumas esperam a marcação há mais de 20 dias. Isso é muito para quem está tão próximo de realizar o sonho da casa própria.
Esse impasse também gera um problema econômico. Sem os contratos firmados, quem vende não recebe o dinheiro, as imobiliárias ficam sem as comissões e os corretores delas também não têm as gratificações pela venda. Resultado: menos dinheiro girando na economia.
A Caixa nega a falta de recursos para firmar os contratos e diz que a demora é causada por readequação do sistema interno da concessão dos benefícios, de acordo com determinada norma. É a velha tática de dizer que a ação está embasada legalmente.
Nesta hora, o que o cidadão quer saber não é o número da norma em que se baseou a decisão. Ele quer ser informado, de maneira clara, se o contrato que foi redigido será ou não assinado, quando isso ocorrerá e se as condições serão mantidas. Não deixar claras essas informações parece uma falta de conhecimento da importância e abrangência do programa. Informações imprecisas dão sempre margem para interpretações equivocadas.
Se a nova norma impede ou dificulta a conclusão dos contratos com mutuários, que pelo menos os prazos sejam ampliados para que eles não sejam prejudicados por algo que não têm a menor culpa. Isso dá um certo alento para todos os envolvidos no processo e até mais prazo para que a questão seja resolvida.
A população brasileira já foi prejudicada demais por erros que não cometeu nos últimos anos, principalmente na área econômica. Não dá para ficar pagando a conta sempre que algo dá errado.