Prioridade à vacinação de animais na capital

01/10/2018 às 21:19.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:44


Numa época em que diversas doenças perigosas e aparentemente banidas do país ameaçam voltar ao nosso convívio, em razão de uma população parcialmente relutante em receber as vacinas que poderiam evitar tal cenário, ganha destaque também a hidrofobia, mais conhecida como “raiva”.

Campanha para imunização de animais iniciada no mês passado, na capital, teve de ser prorrogada até amanhã, em razão da baixa cobertura. 

Foi uma espécie de repetição de fenômeno que frustrou as autoridades de saúde em recentes tentativas de afastar o risco do sarampo em crianças de 0 a 5 anos, por exemplo. 

Inicialmente prevista para o penúltimo final de semana de setembro, a vacinação foi estendida porque o número de animais domésticos levados aos postos, no primeiro momento, foi pouco maior que a metade dos existentes na cidade: 235 mil cães e gatos de um total dos quase 405 mil existentes.

Vale lembrar que, em BH, não se tem registro de raiva em humanos desde 1984 e em cães, desde 1989. Baixar a guarda da proteção dos companheiros de quatro patas poderia abrir o caminho para o retorno da doença. 

Além disso, a identificação de morcegos contaminados com o vírus causador do mal, transmitido pela saliva dos bichos, em áreas de sete regionais da prefeitura – embora não seja algo totalmente anormal, segundo especialistas –, amplia o alerta e a necessidade de que os donos dos pets procurem os mais de 100 locais de vacinação espalhados pela cidade. 

Alegações de que os bichos sejam estritamente caseiros ou jamais saiam às ruas – caso, principalmente, dos gatos, cuja população tem aumentado consideravelmente na cidade – não são justificativas aceitáveis para deixar de imunizá-los. 
Eventuais dificuldades em levar os bichos aos postos também devem ser enfrentadas, sob pena de que se coloque em risco todos os humanos que com eles convivem.

Portanto, o recado é claro: cães ou gatos com mais de três meses de idade que ainda não tenham recebido doses precisam urgentemente de proteção. Se foram vacinados na campanha de 2017, devem voltar, já que a imunidade dura apenas um ano. Pode-se e deve-se brincar com os bichinhos, nunca com o perigo. 
 

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