Projeção da população exige urgente reflexão

25/07/2018 às 21:04.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:36


Pesquisa divulgada ontem pelo IBGE, denominada “Projeção da população”, mostra que Minas Gerais enfrentará, nos próximos anos – a exemplo do que deve ocorrer em todo o país –, um cenário social e econômico bastante complicado no que diz respeito ao perfil etário da população, caso não se tomem, desde já, medidas que possam atenuar possíveis impactos.

Por um lado, a população de idosos deve dar um salto em relação à dos mais jovens, incrementando tendência de alta que já vem sendo experimentada. Em 2010, por exemplo, 22,8% dos mineiros tinham entre 0 e 14 anos e 8,10%, mais de 65 anos. Hoje, a relação é de 19,2% para os primeiros e 10,4% para o grupo dos mais velhos.

Em 2033, segundo a estimativa do IBGE, pela primeira vez na história, o número dos mais maduros no Estado irá superar o de crianças e adolescentes: serão 17% com idade maior que 65 anos e 16,7% com menos de 14 anos. Em 2060, cresce ainda mais tal diferença: 28,7% de idosos e 13,2% de menores. 

Outro aspecto preocupante da projeção, e que se relaciona ao primeiro, é a redução progressiva da fecundidade entre as mulheres. Dono, hoje, da menor taxa do país, Minas deve continuar como o Estado onde elas têm menos filhos até 2030. Como resultado, a população deverá começar a “encolher” oito anos antes que a média nacional. 

Hoje, o índice de fertilidade das mineiras é de 1,62 (ou seja, a média de filhos de cada uma é inferior a duas crianças). Dentro de 12 anos, esse indicador deverá cair para 1,60, enquanto, no Brasil, passará dos atuais 1,77 para 1,72.
Isso significa que deve haver menor oferta de mão de obra jovem no futuro próximo. E que o horizonte pode se tornar nebuloso, caso não se façam investimentos adequados e Minas e o país encontrem maneiras de alavancar o desenvolvimento até chegar ao patamar de países europeus que já enfrentam tal situação. 

Dessa forma, talvez reduzíssemos a necessidade dessa força de trabalho e, paralelamente, aumentássemos a qualidade de vida da população. Outra questão crucial, diante de uma crescente população idosa, seria a implementação, o mais rápido possível, de uma reforma previdenciária justa e equilibrada, descartando distorções e privilégios a quem quer que seja. 
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por