Quem lucra com a chuva e o perigo do exagero

07/02/2020 às 18:27.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:34

As fortes chuvas em Belo Horizonte e na Região Metropolitana desde janeiro provocaram um efeito econômico direto, ao mobilizar profissionais e empresas de setores específicos. Com as precipitações recordes, não só ficou evidenciada a necessidade de medidas de prevenção para evitar novos estragos; como também da reparação do que foi danificado. 

Tanto mais séria e delicada quando se trata das edificações, que tiveram colocada à prova a capacidade de escoamento de água e eficácia do projeto de construção.

Rachaduras no concreto, destelhamentos e quedas de muros estão entre os problemas mais comuns decorrentes dos temporais.

Empresas de serviços de impermeabilização; reformas de pequeno e médio porte, assim como lojas de materiais de construção veem sua demanda aquecida. Em muitos casos, intervenções prediais que vinham sendo proteladas se tornam urgentes, até mesmo para garantir a integridade das estruturas para as atuais e próximas chuvas. As cenas vistas na capital mineira e em seu entorno assustaram e justificam um nível redobrado de preocupação e proteção.

É importante lembrar, no entanto, que excesso de procura costuma ser aproveitado pelo empresariado brasileiro como pretexto para elevação de preços. Funciona assim por exemplo em destinos turísticos, ou épocas de grande concentração de pessoas. Lógico que há exceções, mas costuma ser a regra, tanto mais quanto menor for a concorrência.

É bem verdade que, em muitos casos, a própria natureza do reparo o torna mais complicado com as chuvas constantes – impermeabilizar tetos, por exemplo. A própria prefeitura optou por adiar as obras de grande porte para o período de estiagem, quando as condições serão mais propícias. O que justificaria, em determinados casos, uma elevação de preço.

Por outro lado, é necessário afastar a mentalidade tacanha segundo a qual se opta por ganhar mais neste momento, pensando num menor volume de serviço mais à frente. Fica claro que serviço haverá, e muito, ao longo de todo o ano, diante da calamidade provocada pelas chuvas. É fundamental ter bom senso no planejamento e na gestão dos negócios para que se evitem exageros. Que se lucre sim por quantidade e qualidade de serviço, não pela ganância condenável.

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