Reabertura sim, mas com toda cautela

05/08/2020 às 09:53.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:12

De forma até surpreendente, considerando os últimos movimentos na política de enfrentamento à Covid-19, a Prefeitura de Belo Horizonte confirmou, para a próxima quinta-feira (6), a primeira fase do plano de reabertura e flexibilização da quarentena. Sinal de evolução nos indicadores de controle, o que foi colocado como condição para retomar um processo que, na tentativa anterior, acabou levando a novo recuo, diante do aumento exponencial do número de casos.

Trata-se exatamente do que se deve evitar a todo custo. Nesse aspecto, é necessário atentar para as responsabilidades de cada um, numa caminhada que exige ação coordenada e a compreensão dos respectivos papeis. Contar com um maior número de leitos de UTIs disponíveis (ou menor taxa de ocupação), por exemplo, não deve ser interpretado como sinal de que a doença provocada pelo novo coronavírus deixou de constituir perigo sério. Até mesmo pelo pouco que ainda se sabe a seu respeito, é necessária postura de cautela - levando-se em conta os já significativos números de infectados e óbitos.

Como bem salientou o prefeito Alexandre Kalil, e não pela primeira vez, não se trata de festa. A reabertura do comércio varejista, de salões de beleza, galerias e shoppings se dá sob estritos protocolos sanitários que não podem em nenhuma forma ser negligenciados. A própria escala de abertura, modificada para seguir a escala de três dias de funcionamento por quatro de fechamento, é uma solução pensada para desencorajar aglomerações e, na medida do possível, limitar o número de pessoas em circulação na capital.

O risco de contágio segue existindo e deve ser mitigado de forma incessante. Tampouco deve o consumidor, especialmente aquele que resistiu heroicamente aos quase cinco meses de quarentena seguindo as recomendações, se sentir dotado de um salvo-conduto para retomar antigos hábitos. Faz-se necessário, sim, seguir hábitos mais recentes gerados pela crise sanitária: a higienização constante das mãos; o uso da máscara (obrigatório) e outros dispositivos de proteção, bem como o respeito às medidas de isolamento social. Também o transporte coletivo deve oferecer condições que minimizem os riscos aos usuários. A experiência anterior foi muito pedagógica ao mostrar o que acontece quando se deixa de fazer a respectiva parte. Que desta vez seja para não mais recuar.

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