Redes sociais podem pôr emprego em risco

30/11/2018 às 20:54.
Atualizado em 28/10/2021 às 04:00


O uso das redes sociais digitais tem trazido indiscutíveis benefícios para pessoas e organizações de todos os tipos, na medida em que aproxima indivíduos e otimiza os processos de comunicação, nos mais diferentes aspectos. 

Também são inúmeras, contudo, as desvantagens de se adotar tais canais para expor o que se pensa, mesmo que a ação seja calcada na premissa da liberdade de expressão. 

Em razão disso, uma das facetas mais negativas da adoção dessas tecnologias de conexão surge no âmbito trabalhista, como mostrado nesta edição. 

Tem sido crescente o volume de ações judiciais relacionadas, por exemplo, à demissão por justa causa de funcionários de empresas dos mais variados setores porque publicam nos próprios perfis, em serviços como Facebook, Instagram e Whastapp, manifestações ofensivas aos seus empregadores. 

E cada vez mais os patrões têm monitorado o comportamento de seus empregados em ambientes virtuais em busca de sinais que possam indicar revelações inapropriadas ou simples inadequação às exigências do cargo ocupado.

No caso da alegação, pelo empregador, de dispensa por justa causa, em situações assim, a Justiça ainda considera difícil fazer tipificação mais precisa, mas tem estabelecido alguns critérios para auxiliar na elucidação de litígios. 

Por exemplo: se o funcionário faz algum comentário sobre política, o que se intensificou nos últimos meses, dado o alto grau de polarização do eleitorado no país, é provável que a demissão justificada não seja aceita, mesmo que o teor possa ser considerado contrário à postura da empresa. 

Já na hipótese de uma postagem que desqualifique a empresa ter sido feita em redes sociais abertas, e não restritas – como um grupo de família no Whastapp, ao qual ninguém da chefia da organização tenha acesso –, pode ser que a Justiça acate o pleito do patrão. Tudo vai depender, contudo, do contexto em que o caso ocorreu.

De qualquer forma, independentemente de interpretações jurídicas, especialistas aconselham que as pessoas sempre prezem pela discrição, especialmente quanto ao trabalho, ao fazer uso das referidas ferramentas de comunicação digital. 
Mais moderação em posts e comentários, avaliação prévia de repercussões do que se quer dizer e boa educação são fundamentais. O alcance do que se publica nas redes, por mais que possa soar como manifestação estritamente pessoal, tem potencial para chegar a um público bem mais amplo do que o imaginado.

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