Sobre chuva, lama e muita esperança

22/03/2018 às 21:03.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:59

Passado o pânico da última tempestade, que chocou quem apenas viu pela tevê e provocou desespero nos motoristas que tiveram os carros arrastados pela força das águas em diversas ruas da capital, muitos cidadãos ainda encaram outro grande desafio: reparar os danos (para muitos comerciantes também foi considerável) e pensar em como pagar o prejuízo que ficou de saldo junto com a lama que deixou a cidade com tom terracota no dia seguinte. 

Moradores que tiveram carros, casas e estabelecimentos comerciais tomados pela enxurrada durante o temporal que desabou sobre Belo Horizonte na última sexta-feira, vivem agora o drama de superar o abalo emocional ao mesmo tempo em que apenas verdadeira batalha para serem ressarcidos pelos danos sofridos. 
Quem contratou serviço de seguro privado reclama de consumir horas ao telefone em busca de uma solução. Nestas empresas, costumam se deparar com a falta informações e a burocracia para colocar a indenização no bolso. Para quem não tem o bem segurado o problema assume proporções ainda maiores. A quem recorrer? 

Conforme prevê a legislação, é possível acionar o poder público para solicitar a indenização pelo prejuízo causado pelo temporal. Mas não é nada fácil colocar a mão no dinheiro. Fora a burocracia. Além do boletim de ocorrência, o morador pode utilizar fotos, vídeos e até reportagens de jornais provando o desastre. “Porém, não é possível estimar quanto tempo a ação pode demorar para ser julgada. É preciso perseverança”, alerta o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG), Adriano Perácio de Paula.

Pequenos comerciantes, como donos de lojas e lanchonetes, que tiveram seus estabelecimentos destruídos, são os mais castigados. Já afetados pela crise econômica que assola o país, eles tentam recomeçar com prateleiras e mercadorias destruídas. Mais do que isso, com os ânimos bastante abalados, sobretudo os que já enfrentaram tal situação anteriormente. 
Limpar a lama, nessa hora, passa a ser a menor das dores de cabeça e o desafio mais simples antes de recomeçar. 
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