O fim de ano sempre foi um alento para quem estava desempregado ou mesmo para aqueles em busca de fazer um dinheiro extra para gastar no verão ou bancar algum projeto de vida. Mas a crise econômica pelo qual o Brasil atravessa há alguns anos mudou totalmente o cenário, e hoje o perfil de quem busca um emprego para Natal e Réveillon é o mais variado possível. Por isso, o aumento de quase 80% na oferta de vagas, conforme publicamos hoje, reaquecem a esperança de que o país esteja voltando a um ritmo de crescimento melhor e que possa recuperar o tempo perdido.
Não deixa de ser lamentável saber que muitos profissionais extremamente qualificados buscam emprego temporário, completamente fora da área de formação, como informam à reportagem coordenadores de processos seletivos. Antes de ser encarado como uma oportunidade de recomeço, o quadro é um sinal de desespero pela falta de opções em áreas em que milhares estudam por anos para ter boa formação. Não está sendo fácil para essas pessoas.
Mas além da questão financeira, a maior novidade deste fim de ano é que as contratações poderão ser feitas dentro das novas regras de trabalho no país, incluindo o serviço intermitente. Poderemos ter, ao fim do mês de dezembro, um panorama melhor sobre o real impacto das medidas para empresários e para os trabalhadores.
As consequências de uma série de mudanças dessa envergadura não são simples de prever. A teoria dos economistas é bem diferente do que as partes realizam na prática.
Dá para acreditar que boa parte dos empresários, principalmente do comércio, não deve alterar muito o modelo de contratação em relação aos últimos anos. A maioria pode preferir esperar os que experimentarão a novidade para só então fazer a contratação pela nova regra. O trabalhador também precisa se acostumar às novas possibilidades.
É nessa hora que o mercado vai se ajeitando e descobrindo por si só as vantagens e gargalos que possam ter sido criados.
Muita gente está de olho nesta temporada de contratações, não somente nas vagas. Esperamos que as mudanças na legislação atinjam na prática o desejo de quem as apoiou, de ampliar os postos de trabalho e desburocratizar as relações entre patrão e empregados.