Especialistas garantem: tomar substâncias químicas que prometam aprimorar a inteligência, mesmo que ofereçam sérios riscos à saúde, quando utilizadas com essa finalidade, é um dos maiores sinais de falta do que se pretende melhorar. Contrariando a recomendação, surgem a cada dia no mercado, formal ou paralelo, mais e mais remédios propagandeados como detentores dessas características. Foi assim, durante bom tempo, com a ritalina, substância utilizada originalmente para tratar casos de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), principalmente em crianças. A pílula da vez, parente da ritalina, é a modafilina, que, embora desenvolvida para tratar casos de narcolepsia - doença que provoca sono em excesso e descontrolado -, poderia turbinar as funções cerebrais, aumentando a memória e o poder de concentração. Embora tenham obtido ganhos relativos, em um primeiro momento, registraram posteriormente efeitos colaterais por vezes severos: cansaço extremo, alteração de batimentos cardíacos e de humor e, sobretudo, episódios inesperados de depressão. As autoridades sanitárias alertam que esses medicamentos devem ser comercializados apenas mediante receitas médicas. Dizem ainda que os usuários precisam de permanente acompanhamento de profissionais de saúde para fazer seu consumo. Na prática, contudo, ganha espaço a ilegalidade, com medicamentos e mesmo suplementos vitamínicos e minerais, alguns deles proibidos, vendidos descaradamente - sobretudo na internet. Para evitar o uso indiscriminado de pílulas e remédios milagrosos, a solução é, por um lado, reforçar a fiscalização do seu comércio. Por outro, atuar firmemente na conscientização das pessoas de que tomá-los para ficar mais inteligentes e melhorar o desempenho estudantil, por exemplo, é, simplesmente, burrice.