Triste cotidiano das mulheres brasileiras

16/05/2018 às 21:28.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:52

 Apesar da criação de políticas e medidas punitivas mais duras, como a Lei Maria da Penha, para coibir a discriminação e violência contra o as mulheres, a crueldade e desrespeito ao dito “sexo frágil” ainda reinam no país. Diariamente mulheres de diferentes raças e classes sociais são violentadas sexualmente, agredidas e mortas de norte a sul. O Brasil ocupa a 7ª posição na lista dos 83 países que registram mais casos de homicídios entre a população feminina, de acordo com Organização Mundial de Saúde. A cada duas horas uma mulher é assassinada em solo brasileiro. A maioria dos assassinatos são classificados como “feminicídios”, ou seja, são motivados pelo menosprezo, discriminação e sentimento de posse que homens ainda nutrem em relação às mulheres. E pior, grande parte dos crimes acontece na esfera doméstica e familiar, onde muitas exercem dupla jornada, ajudando também no sustento da família. Dois assassinatos ocorridos nesta semana causaram comoção em Minas. Um deles ocorreu ontem na Câmara Municipal de Contagem, onde um escrivão da Polícia Civil disparou três vezes contra uma assessora parlamentar e depois tentou se matar, por não se conformar com o fim do relacionamento amoroso. Um dia antes, outro policial tirou a vida de três mulheres – mãe e duas filhas – para vingar o fato de ter sido condenado pelo estupro das duas adolescentes. Os dois casos mostram que muito ainda é preciso ser feito para combater o sentimento de posse e de superioridade dos homens. Um problema cultural que necessita de investimentos pesados na educação das novas gerações para ser combatido. Muitas mulheres, depois de desrespeitadas, costumam ser violentadas novamente. São acusadas de “causar” o próprio estupro por usar roupas curtas ou andar sozinhas nas ruas.  Além da agressão física, são também julgadas pela cultura que teima em colocar a mulher na posição de submissão e inferioridade. Prova de que a mudança vai além de penas mais duras para agressores, mas pela construção de uma sociedade com menos preconceito.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por