Sabores do outro lado do mundo

06/11/2016 às 09:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:32

Olá amigo da cozinha, hoje viajo por um território gastronômico do outro lado do mundo, que apresenta as suas surpresas, assim como acontece em cada nova aventura gastronômica que fazemos.

Estou na Nova Zelândia, um país que dispensa maiores comentários com relação ao nível de desenvolvimento econômico e social. Um exemplo de civilidade e de educação que chega a constranger quando lembramos do estágio em que nos encontramos no querido e incerto Brasil. 

E estamos falando de um país com pouco mais de 150 anos, mas “anyway”, vamos falar dos sabores deste paraíso que tem muito mais para se descobrir e se degustar do que seus bons vinhos e as deliciosas carnes de cordeiro, principais referências para nós brasileiros.

Logo no primeiro dia fui visitar na linda praia de Takapuna na cidade de Auckland, uma movimentada feira de alimentos e produtores rurais, além de artesanato como as que estão acontecendo em BH e adjacências. Pude perceber pela diversidade de comidas o reflexo das imigrações ocorridas nos últimos anos por aqui, com os asiáticos fazendo a festa dos sabores na praça.

Mas os frutos do mar são atração à parte, especialmente os mexilhões produzidos nas fazendas nos arredores da cidade de Auckland. Outras de encher os olhos e aguçar os sentidos são os queijos de cabra e de vaca. Como não poderia ser diferente, a preferência por frutas, legumes e hortaliças orgânicas é quase que unanimidade entre os “kiwis”, como são chamados carinhosamente os engajados neozelandeses.

Nas andanças pelos supermercados e outras lojas de comidas, cafés e pubs, descobrimos uma joia da gastronomia local que conta uma história de momentos difíceis pelos quais o país passou nos anos 30, na depressão econômica, assim como ocorreu nos Estados Unidos. Faltava dinheiro e o alimento mais popular se tornou símbolo desta época, e até hoje é servido com orgulho, especialmente nos pubs; “mussels fritters” uma espécie de bife de hambúrguer ou uma panqueca de mexilhões bem picadinhos, servido numa fatia de pão. Simplesmente uma delícia, cujo sabor é realçado pelos temperos desta carga cultural.

Por fim, as deliciosas cervejas produzidas nas diversas micro cervejarias em todo o país, contam um pouco da herança inglesa, neste jovem e desenvolvido país, onde todos ainda são súditos de sua majestade, a Rainha Elisabeth.

Um pequeno país que tem como principais ícones da sua economia a exportação de carnes, principalmente a bovina, os laticínios, em que se destacam o leite em pó e os queijos, e o turismo.

Uma bela combinação, que poderia muito bem ser praticada com maior competência em nossa Minas Gerais, pois atrativos semelhantes não nos faltam, mas a infra estrutura e a percepção da importância e do alcance desta atividade por nossos políticos e gestores ainda não se encontram no nível que tanto almejamos e merecemos.

Os bons exemplos estão aí para serem seguidos.

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