Olá, amigo da cozinha! Na última semana, estive fazendo um passeio nas proximidades do céu, num paraíso chamado Serra da Canastra.
Depois de muitos anos, nossa expedição em busca dos melhores sabores de Minas retornou a esse pedaço abençoado do estado, onde se produz um dos melhores queijos do mundo.
Mas qual não foi minha surpresa ao redescobrir, cruzando de norte a sul e contornando da face leste para a face oeste num grande e saboroso abraço, que o território da Canastra está muito além das queijeiras, onde o ouro branco, símbolo maior de nossa cultura gastronômica divide as preferências com o ouro negro do Brasil, o café, nosso principal produto agrícola de exportação?
Além desses ícones, destacam-se as farinhas e os pescados dos rios das três bacias – Araguari, São Francisco e Grande, que se formam a partir desta caixa d’agua de Minas. Águas brotam das pedras formando dezenas de cachoeiras que cortam os veios das imponentes montanhas formando uma obra de arte única da natureza nesta interseção do cerrado com a mata atlântica em Minas.
Cidadezinhas como São Roque de Minas, Vargem Bonita, Medeiros, São João Batista do Glória, Delfinópolis, Sacramento, Piumhi e vários distritos e povoados escondem nas suas roças e nos quintais essas joias de nossa gastronomia com receitas antigas de quitandas como joão deitado, pão de queijo, broas, bolos, roscas, licores, doces de leite e frutas, temperadas com a habitual hospitalidade mineira.
Novidades como os vinhos produzidos em Delfinópolis e os camarões da Canastra pescados na garrafa na barragem de Peixoto, no Rio Grande, preparados no bobó, na moqueca, no strogonoff ou simplesmente sós no alho e óleo, deram o tom das surpresas escondidas neste paraíso gastronômico.
Pois é, amigo da cozinha, para terminar esta festa de sabores, a viagem está se encerrando neste domingo no Festival Saberes e Sabores de Araxá, que este ano trouxe um novo formato, dando sequência ao antigo Festival Internacional de Gastronomia, mas com uma pegada mais regional, com a identidade local.
Tudo isto e mais algumas novidades dos sub-territórios do Cerrado no Triângulo Mineiro e adjacências você poderá conferir nos próximos números da revista Territórios Gastronômicos.