Sai um Thiago, entra outro

23/01/2020 às 19:38.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:24

Fiquei imaginando, esta semana, enquanto aguardava a estreia do “Cabuloso-em-Reconstrução” no Campeonato Mineiro, como teria sido a reunião entre dirigentes do clube e o nosso ex-querido Thiago Neves, tratando da rescisão do atleta.

Claro que o TN, além de merecer nosso agradecimento por seu papel em grandes conquistas da equipe, ao longo dos últimos três anos, faz jus a muitos “atrasados”. Salários, direitos de imagem e outros pagamentos, previstos em contrato e não honrados, precisam ser respeitados. Pelo que andei lendo, ele pleiteia R$ 16 milhões relativos a tais pendências. E outro R$ 1 milhão referente a “bonificações por desempenho” em 2019.

Pera aí! Bonificação por desempenho? Por causa de quê? Da conquista do Estadual? Brincadeira, hein?

E aquele maldito pênalti que ele perdeu na derrota por 1 a 0 para o CSA, no final de novembro, em partida crucial para nossas frustradas pretensões de permanecer na Série A? Não dá para abater do que o Cruzeiro deve ao atleta, não? A gente precisa ser pragmático nessas horas.

Afinal, e daí se, em 28 jogos de mata-mata desde 2017, nos quais vencemos 14 vezes, empatamos oito e perdemos seis, o cara jogou muita bola, fez dez gols, deu seis assistências e teve aproveitamento de quase 60%? Que me importa se, em 16 fases decisivas às quais o Cruzeirochegou com o meia atuando, ele nos ajudou a obter 14 classificações?

Também nem ligo para aquele outro pênalti que Thiago converteu, diante do Flamengo, no Mineirão lotado, em setembro de 2017. Tudo bem que, naquele lance, em que o meia escorregou e quase me causou um infarto, chegamos ao penta da Copa do Brasil – conta que aumentaria, também com a ajuda do TN, no ano seguinte.

É a penalidade desperdiçada de maneira displicente contra os alagoanos, na 35ª rodada do Brasileirão de 2019, que ficou marcada a ferro e fogo na minha alma celeste. Naquele momento, mantivemos os 36 pontos e perdemos totalmente o gás para encarar as três pedreiras faltantes no campeonato. Aliás, pelejas nas quais não tivemos Thiago em campo – não preciso detalhar aqui a confusão que gerou tais ausências.

Basta dizer que sofremos três derrotas: primeiro para o Vasco, depois para o Grêmio e, por fim, para o Palmeiras, no que pode ser considerado um tiro de misericórdia, levando-nos a beijar a lona da desonra.

Thiago bom, mesmo, parece ser o garoto que marcou o primeiro gol como profissional contra o Boa Esporte, na quarta. Saiu machucado e deve ficar afastado um tempo, mas, assim como outros da base, caso do Welinton, autor do segundo gol, deu um recado: sem medalhões, a meninada é forte candidata a salvar o ano cruzeirense.

  

  

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