As viúvas Porcinas e a suposta vacina falsa

01/04/2021 às 20:48.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:35

Imunizados sem nunca terem sido. Tragicômico o fato recém-divulgado dos “espertos”, para não dizer patetas, parvos, fátuos e desprovidos de qualquer compaixão e sentimento de coletividade, que pagaram a uma suposta impostora e pseudoenfermeira a tão esperada vacina contra a Covid, que tudo indica ser falsificada.

O rocambolesco episódio que será completamente esclarecido e publicizado, em breve, sinaliza que o processo de vacinação nas Porcinas foi não apenas na garagem da empresa de transporte, mas em alguns outros endereços, em famílias inteiras, expondo, inclusive, adolescentes. O mico fica explícito com a quase certeza de que o material injetado nas pessoas em nada protege contra a grave pandemia do momento. As Porcinas devem estar em polvorosa sobre o que necessariamente foi injetado em seus corpos e suas possíveis conseqüências.

Sob o prisma de diversos ângulos, os da área do direito analisam possíveis crimes cometidos pelos organizadores da farra na garagem, dos responsáveis pela comercialização do composto injetado e pela sua aplicação. E só falta algum empresário Porcina pedir reembolso do valor despedido alegando que foi enganado e bradando aos quatro cantos que não se pode confiar em ninguém neste país, e por aí vai.

Os da área da saúde analisam sob o prisma do perigo de injetar algo desconhecido nas pessoas, talvez sem condições de esterilização e higiene adequadas. Os psicólogos darão enfoque ao exemplo que os pais Porcinas estão dando aos filhos, ao mostrar que com dinheiro tudo pode neste país. O mote será uma postagem de uma adolescente de 16 anos, filha de um funcionário da empresa de ônibus, dias antes da data fatídica, em sua conta no Twitter: “Acordei com a notícia de que eu vou ser imunizada. Meu pai simplesmente comprou a vacina do Covid pra mim”, completou a adolescente.

Os adeptos da literatura dirão ser o fato da vacinação das Porcinas algo a ser incluído em um capítulo à parte no clássico de Saramago “Ensaio sobre a Cegueira”, simbolizando a arrogância, o poder e o egoísmo de pessoas frente a uma tragédia coletiva.

Os apreciadores da filosofia poderão analisar sob a ótica da ética aristotélica. A ética, do grego ethos, costume, hábito ou caráter, para Aristóteles está diretamente relacionada com a idéia de virtude (areté) e da felicidade (eudaimonia). A felicidade é a finalidade da vida humana, a prática de uma vida virtuosa. Segundo o filósofo, o ser humano é dotado de razão e capacidade de realizar escolhas, sendo capaz de perceber a relação de causa e efeito de suas ações e orientá-las para o bem, devendo atuar em conformidade com a ética.

Os assíduos em programas de TV imaginarão o Globo Repórter na versão de Sergio Chapelin, em sua marcante voz, anunciando: “Imunizados sem nunca terem sido. Quem são as viúvas Porcinas? Onde vivem? Como estes “espertos” foram enganados? Sexta, no Globo Repórter!”. E os carnavalescos estão atentos e com enredo pronto para num futuro próximo criarem uma marchinha relatando o mico da vacinação das Porcinas.

Este fato ocorrido é um exemplo extremamente negativo da natureza humana, o tal “jeitinho” brasileiro, em que seus adeptos sempre querem levar vantagem em tudo. Lembremos sempre da Lei da Semeadura: “Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos”. Gálatas 6:7-9.

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