Como reconstruir a economia no pós-Covid

27/11/2020 às 16:30.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:09

O processo de recuperação econômica e social será lento, mas é fundamental que os governos identifiquem e planejem a execução de ações efetivas como motores disso, potencializando suas vocações e articulando uma concertação de forças políticas e econômicas em prol do interesse público.

De grande relevância e de leitura obrigatória para atores do processo é o documento recém-divulgado pela Cepal (Comissão Econômica para America Latina e Caribe), intitulado “Construir um novo futuro: uma recuperação transformadora com igualdade e sustentabilidade”.

Após relevantes análises conjunturais empíricas e diagnósticos, o documento propõe seis elementos ou motores que os países devem atentar para respectivas recuperações econômicas e sociais, a saber: as energias renováveis, o setor de transportes, a chamada “revolução digital”, a indústria da saúde, a bioeconomia e a economia circular. 

Quanto a energias renováveis, a participação de tipos não convencionais (biomassa, solar, eólica, geotérmica e biogás) na produção de eletricidade na América Latina aumentou de cerca de 4% em 2010 para 12% em 2018. Avançando neste processo, o estudo prevê criação de milhões de empregos na região, com possibilidade de forte investimento estrangeiro, principalmente de empresas européias.

Em relação ao setor de transportes, dispõe o estudo que a substituição dos veículos que rodam com combustível fóssil tem potencial para criar cerca de 4 milhões de empregos no setor de transportes nos segmentos de operação e manutenção de veículos pesados e 1,5 milhão na indústria de veículos leves. 

Em relação à revolução digital, a pandemia explicitou sua importância nas relações profissionais, na educação e para o comercio. Dados apontam que “enquanto na Europa e nos Estados Unidos cerca de 40% dos trabalhadores empregados conseguem desempenhar suas funções em home office, na América Latina isso só vale para 21,3% dos ocupados”. 

Em relação à indústria da saúde, a temática envolve segmentos como a indústria farmacêutica, a fabricação de medicamentos e equipamentos e pesquisa e desenvolvimento. 

A chamada bioeconomia ganhou destaque na pandemia. Essa é uma área que busca agregar valor a recursos biológicos de maneira sustentável. Ela inclui desde a agricultura e a produção de alimentos à fabricação de produtos biotecnológicos como vacinas, métodos diagnósticos e de tratamento. 

E por fim, como um dos motores o documento dispõe da economia circular. “Se a economia linear se baseia em produzir, consumir e eliminar, a circular busca um outro caminho: reciclar e reutilizar os produtos em vez de descartá-los”.
Este é mais um relevante documento de um respeitado organismo internacional, dispondo de ferramentas e análises para reflexões internas para nosso planejamento e execução de ações.

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