Minas: desafios e perspectivas econômicas

06/11/2020 às 20:22.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:58

A mais nobre e dignificante política pública é gerar empregos. Não diretamente pelos governos, mas têm estes que possibilitar ambientes favoráveis, segurança jurídica, desburocratizar atividades e articular de forma eficiente com atores e setores para garantir efetividade nos investimentos nacionais e internacionais. Nesses termos, cria-se um ciclo virtuoso que possibilita dar às pessoas protagonismo em suas vidas.

A Covid trouxe enormes problemas, desnudou anteriores e explicitou desafios de grandes dimensões para os governos, nos três níveis da federação. No caso de Minas, somam-se ainda as tragédias recentes da mineração. Especificamente no campo econômico, Minas vem atuando de forma firme e obstinada para fazer a travessia do deserto menos árdua e mais rápida. A seguir, breves considerações e análises do Secretario Adjunto de Desenvolvimento Econômico de MG, Fernando Passalio.

- Quais os principais impactos para a economia do Estado causados pela pandemia?

A estimativa, com base nos dados e expectativas atuais, é que no fechamento do ano, o PIB de Minas encerre com queda de 5% frente a 2019. Segundo pesquisa da Fundação João Pinheiro, entre abril e junho, em Minas Gerais, a indústria de transformação foi o setor mais prejudicado pela crise gerada pela pandemia. No acumulado do ano, a retração é de 9,9%. Queda também foi verificada nas atividades de comércio. No acumulado do ano, a atividade caiu 6,4%. Outro impacto relevante foi verificado dentro do setor de serviços, com a contração de 6,4% no acumulado do ano até junho. O setor agropecuário, apesar de apresentar retração de 1,6% frente ao primeiro trimestre, ainda registrou alta de 0,8% frente a igual intervalo de 2019 e de 3,9% no acumulado do ano. A tendência é que o setor encerre 2020 com alta sobre 2019.

- Em termos de investimentos e gerações de emprego, tivemos avanços em 2020?

Em relação aos empregos, não obstante a Covid, já em setembro o estado de Minas Gerais teve o segundo maior saldo positivo de empregos no Brasil, totalizando a criação de 28.339 (+0,71%) vagas de emprego com carteira assinada. Foi o terceiro mês consecutivo com resultado positivo na geração de empregos no estado.

O Governo de Minas, por meio da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (INDI), intermediou a aplicação de mais de R$ 18 bilhões em investimentos no estado, no acumulado de janeiro a outubro de 2020. Ao todo, foram realizadas 99 operações, que geraram 14.511 empregos diretos.  O balanço dos três primeiros trimestres do ano revela que os principais aportes foram feitos por empresas do ramo de mineração, construção civil, geração de energia, agricultura e pecuária.

Os números mostram que, mesmo no período de crise econômica mundial provocada pela pandemia da covid-19, os esforços do Governo de Minas para simplificar a vida de quem quer investir e dar oportunidade de trabalho estão dando resultados.

Mesmo com as incertezas no mercado financeiro causadas pela pandemia, estratégias adotadas pelo Governo de Minas fizeram com que fosse mantida a estimativa de que o estado receba aportes de R$ 30 bilhões até dezembro de 2020.

- Quais os principais desafios para 2021 e principais ações do governo na geração de emprego e renda?

Em 2021, o desafio será potencializar o nível da retomada econômica dos últimos meses. Manter o nível de confiança tanto da indústria quanto do comércio no estado. Apoiar para que as importantes reformas em nível federal avancem e torcer para que o ambiente externo esteja mais calmo. Todavia, como governo estadual, iremos trabalhar para que a pauta da desburocratização e liberdade econômica continue avançando e gerando resultados, facilitando a vida de quem produz e gera empregos. Esperamos apoiar os pequenos negócios na ampliação de sua competividade e na formação e adensamento das cadeias produtivas internas. Ampliar a atração de investimentos e apoiar para que os diversos empreendimentos atraídos em 2020 começam a operar efetivamente. Além disso, avançar, também, nas agendas de privatizações, desestatização e concessões garantindo, assim, mais investimentos em infraestrutura e outros importantes aportes que estado tanto necessita.

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