O pós-Covid e uma nova gestão pública

08/05/2020 às 20:33.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:27

De início uma reflexão a você, leitor, nos termos da publicação do argentino Infobae, com opiniões de intelectuais e filósofos: “Como será o mundo, quando pudermos sair de nossas casas, e o coronavírus esteja, de algum modo, controlado?”

Não obstante o brutal avanço tecnológico, repentinamente algo invisível chegou e praticamente parou o mundo, modificando sobremaneira nossa rotina, nossas relações familiares, sociais e nossas finanças.

Inquestionável que as coisas não caminhavam bem no pré- Covid. Sobreposição do individualismo e egoísmo à compaixão e ao bem comum; dos interesses econômicos aos direitos difusos e à dignidade humana; e falta total de tolerância à diversidade de opiniões e pensamentos. Em relação ao Brasil, carecemos de um mais forte sentimento de pertencimento, cuja etimologia vem do Latim pertinere, “ser propriedade de”, sendo per, “completamente”, mais tenere, “ter, possuir”. Mesmo sendo únicos e singulares, somos parte de um coletivo, com nossa rica história, nossas tradições, nosso patrimônio cultural material e imaterial.

Fundamentais são reflexões acerca do pós-Covid em todas as áreas. Em relação à gestão pública, esgotou-se o modelo da supremacia da burocracia, ineficiência da máquina estatal, legislações obsoletas e desconectadas com as demandas e anseios dos cidadãos. A travessia do deserto do pós-Covid será menos dolorosa e mais rápida se governos e sociedade civil atuarem de forma obstinada, objetiva, responsável e convergente.

Como exemplo, a pujança da economia criativa como motor para a recuperação econômica e social em Minas. Precisamos criar e implantar políticas públicas inovadoras de forma intersetorial e conectadas com os anseios da população. Na ordem do dia, aprimorar legislações que primem pela redução da burocracia, celeridade e melhoria dos processos, sem comprometer em hipótese alguma a transparência, a legalidade e o interesse público. Precisamos com urgência definir uma nova dimensão da política cultural em Minas Gerais. 

Modernizar legislações referentes à lei de incentivo à cultura, à realização de eventos, à preservação do nosso rico patrimônio, legitimar e fortalecer os conselhos, compreendendo os cidadãos não apenas como destinatários de políticas públicas, mas como atores fundamentais no processo de formulação das mesmas.

Estes labores apenas lograrão sucesso se articulados, debatidos e implementados em um processo interativo e integrado entre os poderes executivos, legislativos, sociedade civil e setores acadêmico e produtivo.

Não sabemos exatamente quando, mas esperamos que em breve tudo passe. Então, preparemos com obstinação e disposição rumo aos novos desafios por vir.

Mãos à obra!

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