Resiliência comercial no pós-pandemia

11/12/2020 às 19:49.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:17

O tão propagado “novo mundo” no setor de comércio entre países impõe algumas ações. Conquista de novos investimentos e oportunidades pelos países passam impreterivelmente por um robusto plano de política de inserção internacional. Os desafios colocados pela pandemia desnudam a necessidade de avançar no fortalecimento institucional de agências de promoção de exportações. Na ordem do dia mecanismos de facilitação do comércio e modernização aduaneira, na diversificação do serviços e na digitalização do comércio.

Estas são algumas conclusões do recente documento de novembro do Monitor de Comércio e Integração, relatório anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que analisa o status de relações comerciais internacionais na América Latina e no Caribe. Intitulado “Um impulso para reforçar a resiliencia comercial no pós pandemia”, o mesmo foca em números, análises e proposições deste singular 2020, com brutais prejuízos e desacelerações no comércio global.
Já em 2019 a região já vinha apresentando indicadores econômicos instáveis, com redução do valor das exportacões, com destaque para queda do preço do petróleo e posteriormente pela forte retração dos volumes exportados, principalmente no mercado intrarregional. A pandemia da Covid acentuou a queda e mergulhou o mundo em uma brutal crise comercial. 

O desempenho das exportações do Brasil durante o primeiro semestre de 2020 (-7,1%) foi melhor em termos relativos do que os demais países sul-americanos (–19,6%). A redução dos preços (-9,5%) foi parcialmente compensada por um aumento de 2,6% nas quantidades exportadas, em destaque pelo setor agropecuário, como soja (34,6%) e carne bovina (32,9%).

De grande relevancia exportações para a China, com alta de 13,9%. Em particular a soja representou 43% das vendas brasileiras para o país asiático e Brasil foi a principal origem (60%) das importações chinesas da oleaginosa durante o primeiro semestre de 2020.

O relatório conclui que algumas premissas são fundamentais para enfrentar o pós pandemia, a saber: redução dos custos de transporte mediante investimentos e “reformas no setor de infraestrutura serão essenciais para que as economias se posicionem competitivamente nas redes de produção do mercado global. A manutenção e expansão de infraestruturas rodoviárias, requalificação de portos e aeroportos e modernização de sistemas logísticos, a par de uma maior eficiência na prestação de serviços associados, serão ativos mais críticos do que nunca para que a região esteja posicionada na nova geografia comercial pós-Covid-19”. Por suposto, devido à crise fiscal dos países, agravada sobremaneira com a pandemia, parcerias com o setor privado, privatizações e concessões são indispensáveis para o sucesso do disposto acima. 

Propõe ainda o relatório que “será essencial reforçar as iniciativas de integração e cooperação regional para posicionar as economias da região em um espaço regulatório eficiente, confiável e atraente para os investidores”.

Dentre outras propostas, destaque ainda para a necessidade de um impulso maior para a transformação digital externalizada com mais força pela pandemia. “É responsabilidade das autoridades acelerar investimentos, projetar e implementar as reformas regulatórias necessárias para que a região não seja deixada para trás pela exclusão digital”.

Este relatório do BID é mais um relevante documento a ser analisado e levado em conta pelos governantes no relevante processo de tomada de decisões da atual conjuntura.

  

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