Presença política nas redes sociais em ano de eleições

02/03/2018 às 17:25.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:40

Tenho sido procurado por pré-candidatos à eleição desse ano para responder a algumas questões. A principal delas é sobre o papel da internet e das redes sociais na votação. Muitos querem saber como devem atuar, o que é necessário fazer para alcançar relevância no mundo virtual polarizado e cheio de armadilhas.

A eles respondo sempre que a participação política na internet e redes sociais veio para ficar e transformar a maneira como os ocupantes de cargos públicos deverão se comportar diante da vigilância diuturna dos eleitores/internautas. Quem se esquecer de compromissos, quem não se preocupar em manter sua coerência, pagará um preço alto, pois o uso das ferramentas digitais dá ao eleitor a capacidade de ser mais rigoroso com o representante que ele escolheu.

Também deixo claro a quem pede a minha opinião que não se consolida uma presença digital de relevância de uma hora para outra. Ainda mais agora que o Facebook optou por dar maior visibilidade aos posts de parentes e amigos, em detrimento de notícias de veículos de imprensa e páginas públicas. Ou seja, se tornou mais difícil para o candidato que não tem atuação perene nas redes sociais conquistar essa importância em poucos meses, a tempo de fazer diferença nas eleições.

Sugiro ainda que é preciso tomar muito cuidado no ambiente polarizado das redes sociais para que o pré-candidato não tenha sua atuação confundida com oportunismo. A incoerência no discurso e a apropriação de temas e bandeiras com as quais o pré-candidato não tem intimidade nem histórico podem dinamitar a campanha de quem for imprevidente a esse ponto. Não há perdão na internet. Presenciamos isso diariamente e se precaver é o melhor caminho. Como dizia meu avô, “prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.

Diante de todos esses senões que costumo expor a quem busca orientação, alguns podem ponderar que as redes sociais e a web vieram para tornar mais difícil a prática da política e que o melhor é evitar a tentação de se colocar como aspirante a um cargo público no mundo digital. Pelo contrário. A internet está transformando a forma como os políticos e, em especial, os gestores públicos, exercem seus mandatos.

Já tive a oportunidade de falar sobre o belíssimo projeto da Prefeitura de Londres, “London Talk”, que conheci em janeiro. Pela internet, os cidadãos da capital inglesa se informam sobre tudo o que ocorre na administração municipal, sugerem e interferem em obras e políticas públicas e se fazem ouvir por seus representantes. Isso é o futuro da política. No Brasil, ainda estamos atrasados, mas vamos chegar a esse patamar. É nisso que acredito.

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