Todo cuidado é pouco na eleição de outubro

19/01/2018 às 22:07.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:51

Em outubro, cerca de 145 milhões de brasileiros terão a responsabilidade de votar no primeiro turno das eleições deste ano. Com o país em meio a uma grave crise política que não dá sinais de arrefecimento e com a economia ainda respirando por aparelhos, o ato de votar reveste-se de importância ainda maior e exige reflexão, serenidade e inteligência para que as escolhas na urna não tragam ainda mais prejuízos para o Brasil e os brasileiros.

Com certeza, as atenções estarão direcionadas majoritariamente para a sucessão presidencial, tendo em vista os traumas que o país sofreu nos últimos quatro anos, desde o primeiro dia do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. É natural que seja assim. Este período de extrema turbulência institucional acirrou os ânimos e polarizou a disputa.

Entretanto, a escolha dos senadores, deputados federais e deputados estaduais que serão empossados em 2019 também deve ser feita com muito cuidado. Eleger pessoas dispostas a exercer com transparência e honestidade a missão de legislar e fiscalizar é fundamental para que o Brasil comece a deixar para trás todos esses anos de convulsão e desarranjo político, econômico e social.

Sem um Legislativo renovado e dedicado à transformação não será possível implementar as mudanças de que o país tanto precisa. 
Sobre as mudanças necessárias, refiro-me a duas reformas que não podem ser postergadas: a reforma política e a reforma tributária. Sobre a reforma política entendo que precisamos implantar o voto distrital no país. Com o voto distrital, o representante estará mais próximo de quem representa no Legislativo. E tal fato é benéfico para o aprimoramento da democracia no Brasil.

Ainda se faz necessário, no âmbito da reforma política, implementar uma reforma partidária radical. Não se pode conviver com dezenas de legendas de aluguel, voltadas tão somente para o fisiologismo e o clientelismo. Temos que fortalecer partidos ideológicos e representativos dos interesses da população. Parte da descrença dos eleitores com a política vem justamente dessa mixórdia de siglas que não representam ninguém além de seus criadores e aliados.

Quanto à reforma tributária, que vem sendo adiada há décadas, é consenso que o sistema tributário brasileiro é perverso, impede o desenvolvimento econômico, inibe o empreendedorismo e é injusto, onerando setores essenciais e se submetendo a pressões de outros segmentos. A alteração desse quadro só será possível com a eleição de um congresso comprometido com a cidadania.
 

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