BH preparada para acolher os idosos?

02/11/2017 às 13:29.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:31

Nos últimos meses tenho refletido sobre um importante fato: a população brasileira está envelhecendo. Pesquisas relatam que a partir da década de 2030 o número de idosos no Brasil será maior que o de jovens. E a pergunta que fica é: será que estamos preparados para atender essa população idosa?

O que muitos não sabem é que os idosos, em sua maioria, desejam continuar ativos e úteis à sociedade, e, sobretudo, sentindo-se acolhidos. Mas infelizmente não é o que constatamos. A exclusão, seja por não aceitação no mercado de trabalho, seja por não validar sua competência, ainda é uma realidade que leva muitos idosos a se retraírem. O que aumenta os índices de depressivos, debilita fisicamente devido à ociosidade e, consequentemente, diminui a qualidade e o tempo de vida dos mesmos. 

Com relação à estrutura, ainda não temos lares construídos pensando na terceira idade. Nossa cidade também não se adaptou a esta nova realidade. BH precisa tornar-se mais inclusiva e isso começa com atitudes simples, como uma calçada de qualidade e sem degraus; ou um semáforo com um tempo adequado para idosos, pontos de ônibus mais preparados, ou até mesmo banheiros em espaços públicos adaptados à suas necessidades. 

O medo de sair de casa não pode estar presente na vida de nossos idosos. A sensação de insegurança, por uma cidade ainda não adaptada a todos, impede muitos de participarem de atividades recreativas ou de fazerem simples passeios ao ar livre. O direito constitucional não é somente de ir e vir, mas fazê-lo com qualidade, segurança, respeito e acessibilidade. 

Pensar na preparação das faixas etárias mais jovens é extremamente importante, mas lembrar dos idosos e da terceira idade se faz necessário e a cada dia de forma mais urgente. Uma cidade não se adapta do dia para a noite, e nossa população envelhece à taxas significativas a cada década. Com a previsão dos indicadores, de termos mais de um idoso para cada jovem a partir de 2030, o meu desejo é que tenhamos condições mais humanas e uma cidade preparada para acolher essa população que teremos e da qual faremos parte, mais cedo ou mais tarde.
Sempre me preocupei com várias realidades sociais. Um dos sete pontos do #AcordaBH (movimento que é a base do nosso mandato) é o direito dos idosos. Não podemos deixar de cuidar e retribuir, com uma estrutura melhor, daqueles que contribuíram tanto em nossa sociedade. Nosso desafio como legisladores é dar qualidade de vida e uma velhice digna. O mínimo que devemos proporcionar aos nossos idosos é uma cidade acolhedora, uma BH inclusiva, que todos possam chamar de lar. #direitodosidosos #AcordaBH

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