Cotas para mulheres nas corporações

10/09/2021 às 15:52.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:51

Um “empurrãozinho” às vezes se faz necessário. Não por falta de capacidade, por falta de estudo, mas por questões culturais e sociais. 

A inserção das cotas de forma obrigatória para as mulheres no mercado corporativo serve como transição, um mecanismo temporário para que o mercado se regule naturalmente depois.

Caso isso não ocorra, no atual ritmo, a previsão é que serão necessários 108 anos para essa conquista... para quê prejudicar tantas gerações futuras? 
Aliás, países que adotaram cotas – como Noruega, França, Holanda, Bélgica, Finlândia, Itália e Espanha – viram o mercado se autorregular e o patamar ser atendido em menos de 20 anos.

Mulheres estão acostumadas a fazer trabalhos não remunerados, a não pleitear cargos de chefia e a história explica exaustivamente... até bem pouco tempo atrás, não tínhamos direitos contraceptivos, heranças e autonomia.

Países desenvolvidos têm uma política austera de igualdade de gênero não à toa, pois já foi verificado que o equilíbrio gera prosperidade, com aumento significativo do PIB, maiores índices de felicidade e uma sociedade muito mais sadia e pacífica.

As mulheres representam 50% da população e 70% do poder de decisão de compra e devem ter representatividade. Por que não considerar nosso poder decisório se somos parte disso? Principalmente nas empresas que vendem produtos ou serviços? A economia e a sociedade têm, ou deveriam ter, todo o interesse em aproveitar os talentos dispostos em seu meio. 

Segundo dados do Fórum Mundial, a maior participação feminina em cargos de liderança geraria aumento de até 12 trilhões de dólares no PIB global até 2025. No Brasil, os dados mostram que, caso houvesse 30% de mulheres em cargos de chefia, o PIB aumentaria em mais de 400 bilhões de dólares.

Por que o PIB aumentaria? Porque a mulher, por uma característica biológica e antropológica, é mais cuidadosa, empática, igualitária, busca consenso na tomada de decisões, toma menos risco, torna os ambientes mais flexíveis e a produtividade aumenta. Mas, por favor, isso não é uma crítica aos homens, é apenas uma característica inerente às mulheres e que deve ou deveria ser considerada e aproveitada para o bem maior.

A chanceler alemã Angela Merkel, há 15 anos no poder, disse que “é uma mulher de cotas” (Ichi bin eine Quotenfrau) pois “de forma voluntária, pouco está acontecendo e muito lentamente”.

No final, homens e mulheres são iguais e precisam ser democraticamente representados. E você, qual sua opinião sobre isso?

Escrito em parceria com a dra. Patrícia Coutinho, mãe, advogada, empresária e ex-presidente da Abih-MG.

  

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