O exemplo de Mandela e Luther King

17/11/2017 às 22:34.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:45


Hoje comemoramos no Brasil o Dia Nacional da Consciência Negra. A data homenageia o Zumbi, um escravo que foi líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi foi assassinado por tropas coloniais em 20 de novembro de 1695. O Quilombo dos Palmares ficava onde hoje se encontra o estado de Alagoas e é considerado o maior quilombo territorial e temporal do Brasil, pois durou cerca de 100 anos. Em seu auge, chegou a abrigar de 25 mil a 30 mil negros.

Mas apesar da data comemorativa e de tantas tentativas de engendrar a igualdade na cultura brasileira, ainda não há muito que se comemorar: a desigualdade no Brasil, além de enorme, tem um forte componente racial. De acordo com o IBGE, apesar de os negros representarem 54% da população, sua participação no grupo dos 10% mais pobres era muito maior: 75%. Por outro lado, no grupo do 1% mais rico da população, a porcentagem de negros e pardos é de apenas 17,8%.

Segundo o Atlas da Violência, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com informações do Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças.

Esses são apenas alguns números de tantos outros dados alarmantes. E o preconceito não é exclusividade do Brasil. Na história mundial vemos a luta de grandes heróis como Nelson Mandela, líder sul-africano da luta contra o apartheid, regime de segregação racial no qual os direitos da maioria dos habitantes foram cerceados pelo governo formado pela minoria branca e Martin Luther King, pastor batista norte-americano que se tornou um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo.

Mandela dizia que “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”. Precisamos aprender a amar as pessoas com suas diferenças, sejam elas quais forem. Para isso, o caminho passa pela educação. Ainda de acordo com Mandela, “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” Vamos mudar o cenário do racismo no Brasil quando o povo começar a ser ensinado que apesar das nossas diferenças, somos todos iguais. Que nesse dia de consciência venhamos refletir sobre o amor e a igualdade, ingredientes fundamentais para vencermos a luta contra o preconceito.

Denuncie. Racismo é crime! A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, estabelece penas para delitos resultantes de preconceito de raça ou de cor e racismo na web. Em caso de racismo, não se cale. Procure a delegacia mais próxima e denuncie. #AcordaBH

  

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