O silencioso grito de socorro de nossas crianças

14/07/2017 às 18:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:34

Pedofilia e prostituição infantil andam lado a lado e são mais comuns do que imaginamos ou queremos ver. O fato incontestável é que a rede de prostituição infantil no Brasil continua sem solução. Prostituir crianças se transformou em negócio e no terceiro comércio mundial mais rentável, atrás apenas da indústria de armas e do narcotráfico. Imaginar uma criança que ainda brinca de bonecas e carrinhos em uma situação dessas é difícil e é um assunto pouco falado. Não é por menos que o problema vem preocupando, não só o governo brasileiro, mas o mundo inteiro.

Por anos tenho mantido contato com a Ong Meninadança, que trabalha enfrentando a violência sexual contra crianças e adolescentes do sexo feminino ao longo da BR-116. Como o presidente da ONG, Warlei Torezani, vejo no abuso sexual, na pedofilia, no aliciamento de crianças e adolescentes, seja para a prostituição ou tráfico e no estupro, as formas mais perversas de violação de valores pessoais e do direito destes indivíduos. É importante entender que estas vítimas carregarão por toda sua vida as marcas emocionais e traumas físicos que esses atos geram na forma de se ver, ver o outro e como irão interpretar o mundo.

No âmbito criminal, o abuso sexual infantil é crime inafiançável, mas em minha interpretação é necessário que a punição seja estendida.

Após entender melhor a situação, e em parceria com o Meninadança, criamos o Projeto de Lei 193/2017 que visa combater tais práticas com a cassação dos alvarás de funcionamento de casas de diversões, boates, casas de shows, hotéis, motéis, pensões, bares, restaurantes e estabelecimentos congêneres que permitirem a prática ou fizerem apologia, incentivo, mediação ou favorecimento à prostituição infantil ou à pedofilia no município de Belo Horizonte.

O assunto é tão delicado que haverá um protesto nos dias 16 a 21 de julho pelo fim da cultura da violência sexual contra crianças e adolescentes na BR-116. Bem como serão percorridos 170km - de Medina ao distrito de Mucuri, em Teófilo Otoni, afixando fitas rosas no percurso como forma de chamar a atenção para as vítimas.

Como toda atividade clandestina, a prostituição infantil sempre foi abafada e silenciada. É necessário um trabalho de contracultura. Quebrar velhos paradigmas que já não cabem mais. Necessitamos criar uma mudança de mentalidade e comportamento, seja em nossa sociedade, em nossos políticos ou em nós mesmos. Está na hora de menos discurso e mais ação. #acordabh. (Mais informações sobre a caminhada pelo e-mail adm@meninadanca.org ou 31 2520-1919)

  

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