O voto e suas consequências

28/09/2018 às 20:32.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:42

As eleições gerais se aproximam, mais de 147 milhões de brasileiros estão aptos a votar no dia 7 de outubro. Neste ano vivemos uma campanha diferente, devido à minirreforma eleitoral, as ruas sem cores, não ouvimos o som dos carros com jingles, foram proibidos os cavaletes e placas grandes nas casas; já nas redes sociais temos o excesso de informações e discussões muitas vezes sem fundamentos e os argumentos são rasos e muitas vezes compartilhados sem análise de fontes. Não vemos muitos debates de ideias e discussões em cima de propostas, o eleitor parece não escolher os seus representantes e sim ser contrário a algum que está no poder ou já ocupou cargos representativos.

O velho programa eleitoral gratuito parece ter ficado no passado, e mesmo aqueles candidatos que fizeram as alianças e acordos visando o tempo de TV e rádio já começam a rever suas estratégias e veem o crescimento de candidatos sem tempo de exposição nas grandes mídias, mas que tem uma atuação há anos nas redes sociais, buscou-se um relacionamento, um envolvimento direto com o eleitor que aos longos dos anos vem se mostrando indignado e revoltado com tanta corrupção, tantos desvios e o que sobra são serviços públicos precários, aumento de violência e uma educação sem qualidade e que ao invés de incluir tem excluído milhões de brasileiros do mercado de trabalho.

Certa vez ouvi dizer que o eleitor sente o bolso e o estômago e, portanto, por termos ainda um voto obrigatório a cultura assistencialista cresceu e sustentou vários políticos no poder em cinco, seis mandatos, por exemplo, de deputado federal ou estadual. Será que teremos a tão sonhada renovação? 

Mesmo diante de tantas opções, o eleitor brasileiro diz não ter opção, reclama não se sentir representando alegando que grupos e nomes antigos voltam sempre a disputa. Esse direito é garantido na constituição, uma reeleição direta e depois caso queira o cidadão pode se candidatar novamente. É percebível que não estamos formando novas lideranças e há um distanciamento dos partidos políticos no Brasil, que estão em uma grave crise de credibilidade. 

Para muitos existe o medo do retrocesso em temas complexos, para outros o medo é econômico e para muitos a questão é segurança pública, antes tínhamos o medo de não sermos tratados em hospitais no caso de uma urgência, a saúde sempre apareceu como o grande problema. Certa vez ouvi essa frase: “O voto não tem preço, tem consequência” e desde então passei a refletir e posso afirmar que é verdade. Há anos estamos vivendo as consequências de não darmos importância ao voto, achamos que é algo passageiro e momentâneo. 

Temos que exercer o direito do voto com alegria, responsabilidade e muita participação nessa campanha, não podemos deixar que os “velhos” políticos, que tanto nos revoltam, voltem ao poder por meio do voto, vamos analisar bem e escolher entre tantas opções que temos, vamos conversar com nossos familiares e amigos e definir; pois em 2019 homens ou mulheres ocuparão as vagas de poder, decidindo por nós, propondo leis; distribuindo os recursos de nossos impostos e, principalmente, construindo ou destruindo o futuro de nossas crianças, queremos ser protagonista ou apenas expectadores? Chegou a hora de sermos a mudança que tanto queremos.

Escrito em conjunto com o Prof. Daniel Machado (Estrategista Político pela USP, Consultor e Palestrante. daniel@machadoip.com.br) 


 

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