Sobre a volta do voto impresso

16/07/2021 às 16:29.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:26

A suspeita e a execução de fraudes eleitorais não são novidades no mundo e por aqui no Brasil não poderia ser diferente. A urna eletrônica brasileira, que completa 25 anos em 2021, foi criada justamente para “impedir” que fraudes aconteçam.

O primeiro nome do equipamento foi Coletor Eletrônico de Votos (CEV). O projeto foi concebido com base em algumas premissas básicas: o dispositivo teria de ser capaz de eliminar a intervenção humana dos procedimentos de apuração e totalização dos resultados, bem como de garantir maior segurança e transparência ao processo eleitoral. Além disso, deveria ser leve e compacto (para facilitar seu transporte) e prático de usar.

Desde a sua implantação, a confiabilidade da urna eletrônica é questionada e o assunto ganhou mais corpo com as declarações do presidente Jair Bolsonaro. Mas, infelizmente, como quase tudo nesse tempo gera divisão, polêmica e brigas, um assunto tão delicado quanto resultado de eleições tem dividido opiniões em nosso país. De um lado estão os que são contra, ou se tornaram contra a “volta do voto impresso”, do outro, estão os que defendem a possibilidade de “auditar o voto”. Mas afinal, qual é a proposta, vantagens e desvantagens dessa “volta”?

Primeiro ponto importante a ser considerado é que não se trata da volta do voto impresso. A proposta é que uma cédula seja impressa após a votação eletrônica, de modo que o eleitor possa conferir o voto antes que ele seja depositado, de forma automática e sem contato manual, em uma urna trancada para auditoria. Portanto, a proposta não visa a eliminação da urna eletrônica por completo.

Críticos do voto auditável dizem que a urna eletrônica é 100% confiável por não haver conexão com rede externa. Sendo assim, é impossível que hackers invadam o sistema e altere os resultados. Mas e se o sistema for instalado no equipamento já com votos, ou se a urna for programada para não registrar ou alterar o mesmo? Se a urna é tão confiável, por que não podemos ter mais um mecanismo de transparência?

Há também alegações referentes aos custos e à logística do equipamento de impressão. Por que não usar impressoras térmicas, tipo as das maquininhas de cartão de crédito, que são baratas e de fácil manuseio? Sobre os gastos, o fundo eleitoral está aí e poderia ser usada parte deste recurso para um fim mais proveitoso para o povo: a transparência. Por fim, o Tribunal Superior Eleitoral ainda alega que o sistema de voto impresso abre brecha para a compra de votos e de sua comprovação. Como, se o papel é depositado imediatamente na urna que é lacrada? Além do mais, lamentavelmente, quantas pessoas já não burlam a lei fotografando seus votos na urna eletrônica?

Depois de analisar e estudar bastante sobre o tema, declaro-me favorável ao voto auditável, uma vez que permitirá ainda mais transparência ao processo eleitoral e maior confiança ao eleitor, que poderá conferir se a máquina realmente computou o seu voto corretamente. E você, qual a sua opinião?

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