Democracia, Desenvolvimento e Felicidade

03/10/2018 às 16:15.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:47

Todos querem ser felizes! Mas, e a felicidade alheia? Muitas religiões têm um compromisso com esse preceito. No cristianismo, a mensagem de compromisso com a vida e a felicidade de todos é clara (o verbo se fez carne para que todos tenham vida plena).

Todavia, alguns indivíduos parecem ser bem mais egoístas e competitivos. Essa postura é particularmente encontrada entre os chamados “agentes do mercado”. Estes querem ser felizes sozinhos, acompanhados apenas de seus poucos clientes.
Afinal, o que é necessário para que os povos sejam felizes? Bem, olhemos os 10 primeiros países do ranking mundial da felicidade (Noruega, Dinamarca, Islândia, Suíça, Finlândia, Holanda, Canadá, Nova Zelândia, Suécia e Austrália). 

O que eles têm em comum? 
Primeiramente, são todos ricos. Em segundo lugar, todos têm níveis muito baixos de desigualdade de renda. 
Em terceiro lugar, todos têm regimes democráticos estáveis e consolidados. Finalmente, todos têm fortes estados de bem-estar social, que provêm saúde e educação públicas de qualidade, bem como proteção social para desempregados e pessoas em situação de risco social (como o de cair na pobreza).

Todavia, talvez o caso mais interessante para nós brasileiros seja o do 12º colocado no referido ranking, a Costa Rica. Com uma renda per capita só um pouco superior à brasileira (apenas 30% maior) e quatro vezes menor do que a dos EUA, a Costa Rica está à frente deste no ranking de felicidade. 

Como isso é possível, visto que não se trata de um país rico? Primeiramente, porque tem uma desigualdade de renda significativamente inferior à média da América Latina. 

Em segundo lugar, porque é uma democracia consolidada há décadas. Finalmente, porque tem um estado de bem-estar social que garante os direitos fundamentais da cidadania, em particular um sistema público de saúde de alto nível (o que é um dos fatores que explicam estar à frente dos EUA no ranking).

Desde a volta da democracia e a promulgação da Constituição Federal de 1988 até 2014, o Brasil passou por um processo de desenvolvimento social que nos levava na direção do que se vê na Costa Rica. Um país de renda média, latino-americano, mas que pode ter elevado nível de desenvolvimento social e felicidade (com mais dificuldades, pois é um país muito maior e mais diverso). 

Em 2016, iniciou-se um processo de demolição dessa estrada que vinha sendo construída há quase três décadas. 
Foi prometido que essa demolição seria compensada pela geração de empregos, o que não ocorreu. 

Esse início de demolição da estrada do desenvolvimento social contou com o pleno apoio e a colaboração ativa do Deputado Jair Bolsonaro. Apenas se você é muito rico, eu poderei entender que queira que ele dê continuidade a essa demolição!

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