o que deu certo e o que deu errado

30/05/2018 às 16:29.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:21

Bárbara Emanuella Souza estudou em escola pública e ingressou na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) para cursar o Bacharelado em Ciência e Tecnologia. Em seguida à conclusão deste, migrou para o curso de Engenharia Mecânica. Ao mesmo tempo, conseguiu uma bolsa do programa Ciência sem Fronteiras para passar um ano (de 2014 a 2015) na Universidade da Califórnia-San Diego. Dentro do mesmo programa, fez estágio em um laboratório de nanotecnologia da Universidade Harvard, também nos EUA. Após sua formatura em engenharia mecânica, foi selecionada para cursar diretamente o Ph.D. Universidade de Oxford, na Inglaterra, onde encontra-se estudando com apoio financeiro da FAPEMIG, uma fundação do governo de Minas Gerais.

Bárbara foi homenageada com a escolha de seu nome para o prêmio de internacionalização da UFVJM, do qual tive o orgulho de participar como avaliador. Nesta última sexta-feira, enquanto o Brasil parava, tive o privilégio de assistir à apresentação dos trabalhos concorrentes. Todos escritos e apresentados em inglês, por alunos de mestrado e doutorado da UFVJM. Produções científicas de ótimo nível, algumas delas com potencial para gerar não apenas publicações em periódicos de prestígio, mas também patentes. Um detalhe importante é que os estudantes que apresentaram aqueles trabalhos eram também oriundos do Programa Ciência sem Fronteiras, do governo Dilma. Para além dessas apresentações que julguei, me chamou a atenção que o evento inteiro (SINTEGRA) contou com mais de 2.000 trabalhos apresentados, extraordinário para uma universidade nova e que tem menos de 10 mil alunos.

Enquanto eu assistia os resultados de uma conjunção de coisas que deram certo - estudantes que souberam aproveitar as oportunidades oferecidas pela educação pública e seus programas de C&T, bem como o sucesso acadêmico de uma universidade criada numa das regiões mais pobres do sudeste brasileiro - o Brasil vivia as consequências deletérias de algo que deu totalmente errado, qual seja, a política de preços da Petrobras. Tanto o discurso do governador Fernando Pimentel na cerimônia de posse da nova diretoria da FIEMG, quanto o documento conjunto dos governadores da área da SUDENE vão direto ao ponto. O atual presidente da Petrobras, o tucano Pedro Parente, criou uma política absurda para o reajuste de preços. Ele parece ter querido imitar o que ocorre nos EUA. Todavia, como é típico dos lacaios, terminou sendo mais papista do que o papa. Já morei nos EUA em duas oportunidades e jamais vi o preço dos combustíveis para o consumidor seguir a volatilidade do preço do barril do petróleo. Essa política desastrosa levada por esse eminente quadro do PSDB para a Petrobras precisa ter fim!

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