Exercendo o direito-dever de isolamento, pensei em redigir um texto com o seguinte título, com as indispensáveis reticências: “quando a pandemia acabar...”. Ocorre que essa ideia sobre o que fazer ao final da pandemia remeteu-me às relações cotidianas de afeto. Mas pode até ser que, noutra oportunidade, eu relacione esse tema com técnicas de estudos e memorização.
O certo é que, relendo alguns livros jurídicos clássicos, eu me deparei com “a luta pelo direito”, de Rudolf von Ihering. Sua obra, publicada no final do Século XIX, foi traduzida para vários idiomas.
Segundo suas brilhantes ideias, o sentimento de injustiça é que nos leva a pedir ao juiz uma reparação, com a finalidade de restabelecer a honra, a moral, o patrimônio, etc. É assim que cada um de nós, lutando por um direito individual, colaboramos na construção do direito de toda a coletividade, o que se estende à nação inteira.
Portanto, você que está nessa guerra dos concursos, estudando com a dedicação, o afinco e a abnegação de um soldado, sua luta é também a luta de todos que acreditam na ocupação dos cargos públicos pelo mérito da aprovação. Afinal, se dependesse só de indicação política... ufa!! Haja rachadinhas!
E ainda há políticos que proclamam: “Temos funcionários públicos demais”. Isso é falso. O percentual de funcionários públicos nos países europeus é, em média, mais que dobro do Brasil.
Quanto à estabilidade, às vezes incompreendida por muitos, também se faz presente em muitos países. Antes de ser um privilégio do servidor, é uma garantia do bom funcionamento das instituições públicas.
Tomemos o exemplo de um governante que mande treinar uma tropa para enfrentamento da criminalidade. Essa tropa, além do treinamento, terá acesso a informações sigilosas do Poder Público. Aí, chegam as eleições e o novo governante decide demitir esse grupo para contratar outro, conforme o seu gosto. Ora, isso faz sentido? Claro que não.
E está chegando a hora de escolhermos os candidatos que nos governarão até 2026. Este ano de 2021 já é um ensaio para as eleições de 2022. Saibamos, pois, escolher candidatos que, assim como Rudolf von Ihering, lutam pelo direito e, por extensão, lutam pelos concursos.
A meus alunos, meus seguidores e leitores eu desejo a garra, a disciplina e o empenho de quem realmente luta pelas melhores causas da vida. E bons estudos.