O cineasta Luis Buñuel trabalhou com o incomparável Salvador Dalí. E, entre tantas influências do Surrealismo, brindou-nos com esta frase: “Sou ateu, graças a Deus”.
Tenho uma amiga, cujo filho se formou em Medicina. Ele costuma se apresentar como ateu. Mas, tal como o cineasta espanhol naturalizado mexicano, é surreal a resposta que ele dá à mãe, quando ela o abençoa: “Vá com Deus, meu filho”. Invariavelmente, quase traindo a convicção ateísta, ele responde: “Amém”.
Conheci alguns ateus. E, em todos eles, encontrei um forte respeito e consideração com o próximo. Nunca os presenciei falando mal de ninguém. Nunca os vi ofendendo a fé alheia. E, se comparássemos alguns ateus com os seus desafetos que se diziam cristãos, esse artigo não chegaria ao fm. Mas vou citar um caso emblemático:
Charlie Chaplin:
Era ateu, mas mencionou com maestria a sabedoria contida no Evangelho, ao fazer “o último discurso”, uma obra-prima dentro do filme “O Grande Ditador”, com críticas incisivas contra o desafeto Hitler.
E esse, cujo nome nem convém repetir?
Ele se dizia religioso. Mas eu não conheço nenhum discurso em que ele tenha citado o Evangelho. E, se assim o fez, provavelmente foi no contexto de opressão.
Voltando ao surrealismo, é interessante observar que a imensa maioria dos cientistas não era (e não é) formada por ateus. Isaac Newton e Einstein são bons exemplos disso.
Ciência e religião podem (e devem) se reconciliar. É perfeitamente compatível a crença de cada um com os estudos científicos. E, nesse âmbito de estudos para o Enem e para concurso, que é o foco desta coluna, desejo que essa reflexão seja útil a todos aqueles que, pelo caminho dos estudos, sonham em fazer um mundo melhor.
E, quanto aos ateus, para todos que conheci, eu disse a seguinte frase: “Você não acredita em Deus. Mas não se preocupe. Deus acredita em você e na sua bondade”. E tive a alegria e ver vários deles convertidos pela fé, sem desprezar a Ciência. E assim, já sendo pessoas boas, eu os vi se tornarem ainda melhores.
A todos, e de todas as crenças (e aos de nenhuma crença) desejo bons estudos.