Guerra e pandemia: números não emocionam

21/07/2020 às 20:14.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:05

Durante a Guerra do Golfo, de 1990 a 1991, os generais dos Estados Unidos estavam dispostos a não fracassarem, como ocorrera alguns anos antes em várias batalhas no Vietnã. Uma das lições amargas que haviam aprendido é sobre o poder de uma imagem.

Até hoje as pessoas se emocionam ao ver o vídeo de uma criança vietnamita correndo e com o corpo queimado. Ela se formou em Medicina e se dedica a causas humanitárias. Aí, juntando a tragédia com esse histórico de superação, a indignação se torna ainda maior.

Foi nesse contexto que, desde as primeiras horas da Guerra do Golfo, os fotógrafos e cinegrafistas notaram a forte restrição na divulgação de suas produções. Um dos generais, perguntado o porquê disso, respondeu que os fracassos dos EUA no Vietnã ocorreram por causa das imagens, e não iriam fracassar novamente por causa delas.

É nesse sentido que muitas pessoas ainda não entenderam a gravidade da pandemia que enfrentamos atualmente. Quando a televisão divulga o boletim diário de mortos e internados, os conteudos se limitam a números. Isso é como o vídeo de um avião bombardeando um prédio, sem mostrar os cadáveres dilacerados.

Para muitas pessoas, saber que estamos perto de cem mil mortos só fará sentido quando alguma pessoa querida estiver nessa lista. Antes disso, as lições só são aprendidas mesmo por quem consegue se emocionar e enxergar além da frieza dos números.

Então, que este tempo de pandemia inspire a todos nós para desenvolvermos a capacidade de nos emocionarmos com as pessoas atrás das estatísticas. Porque, tomados isoladamente, os números não nos emocionam mesmo.

Nos estudos, e na preparação para concursos e para o Enem, é a mesma coisa. Aliás, uma das funções da Matemática é esta: fazer com que enxerguemos e nos emocionemos com percepção além dos números. 

Então, leitor ou leitora, aproveite este tempo de pandemia para reinventar suas habilidades de aprender e memorizar. Isso incluiu pensar além da frieza dos números.
E, como eu sempre desejo, bons estudos para todos.

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