Não batalheis pela rachadinha

13/04/2021 às 17:29.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:40

Este artigo deveria se chamar “Lutai pelo concurso”. Mas ficaria muito parecido com outro título recente (“A luta pelo concurso”, de 24 de março de 2021). Então, para não confundir com aquele conteudo, este texto irá se chamar “Não batalheis pela rachadinha”.     

  

Bem... tal como os médicos recomendam, eu sigo no isolamento em casa. E, além de ler os clássicos do Direito, decidi rever os filmes de Charlie Chaplin. Eu não entendo por que cineastas de renome, como Steven Spielberg ou James Cameron, ainda não refilmaram “Tempos Modernos”, “Luzes da Cidade” e - claro - “O Grande Ditador”.

 Chaplin completaria 132 anos no próximo dia 16. Então, esse texto é uma homenagem a dele. Também é uma homenagem a quem dialogou recentemente comigo, quando veio à tona o tema de cinema mudo.

 O eterno Carlitos faz as suas trapalhadas com os recursos precários de quando o cinema estava começando. Mesmo assim, em cenas em preto e branco, as crianças não conseguem tirar os olhos da tela. E, se estão chorando, logo começam a gargalhar.

 É por isso que, em 2017, eu já havia escrito o artigo “Charlie Chaplin não morreu”. Foi publicado em 16 de abril daquele ano. E comentei aqueles filmes e histórias inesquecíveis, contadas sem o uso de palavras.

 Os filmes de Chaplin têm valor pedagógico. Porque - afinal - como se produz aprendizado, tornando uma história inesquecível? Resposta: com circunstâncias que nos emocionam. E ele sabia nos emocionar.

 Ele foi abandonado pelo pai com menos de 5 anos de idade. Viu a mãe tornar-se louca. E tinha tudo para desistir, colocando a culpa nas injustiças sociais. Mas acreditou no riso e nas lágrimas como antídoto contra o ódio.

 Foi por assim acreditar que decidiu fazer o seu primeiro filme falado. O roteiro era simples e genial: o Vagabundo é confundido com Hitler e faz um discurso contra a violência, o preconceito e o autoritarismo.

 Assim surgiu a obra-prima “o grande ditador”. Num dos trechos do discurso, ouvimos este clamor: “Soldados, não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade!”.

 Então, nesses tempos em que se tenta autoritariamente desprestigiar os concursos, para ocupação dos cargos por indicação política, as palavras do Carlitos merecem uma paráfrase: “Alunos, não batalheis pela rachadinha”. Lutai pelos concursos!”

 A todos eu desejo bons estudos.

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