'No me platiques más' e os dragões de 2022

18/01/2022 às 17:04.
Atualizado em 21/01/2022 às 12:16

Vários contos medievais de conquistas amorosas têm a narrativa do cavaleiro que mata um dragão. E, desse modo, prova as suas virtudes de heroísmo e bravura, mescladas com respeito e ternura.

Essa é a simbologia do herói galanteador que, por suas boas intenções, merece o amor da sua amada donzela. Matar um dragão representa protegê-la de um pai opressor ou de um pretendente que, pelas suas atitudes, não inspira confiança.

No livro “He - A Chave da Entendimento da Psicologia Masculina”, Robert Johnson comenta esses elementos literários. E dá especial atenção ao mito de Parsifal, com a sua transformação em cavaleiro e a busca pelo Santo Graal. Suas lutas e peregrinações por vários reinos representam o amadurecimento, até que ele se sinta apto para voltar, declarar seu amor pela donzela e desposá-la.

Nos tempos modernos, derrotar um dragão para se sentir apto a um compromisso amoroso pode relacionar-se a vários temas. Exemplos: a busca de estabilidade financeira, a conquista de um diploma e - porque não? - a aprovação num concurso. Também há casos em que o “sentir-se apto” a um compromisso se vincula a resolver primeiramente pendências de relacionamentos antigos.

Mas alguém poderia dizer que, quando se chega a uma certa idade, a donzela não mais existe. Existe sim. Porque, derrotando todos os dragões que devem ser derrotados, você despertará na pessoa amada emoções que ela nunca sentiu antes.

Esse é o estado de alma que realmente significa ser uma donzela. Os versos da música mexicana “no me platiques más”, gravada por Luís Miguel, descrevem esse “sentir-se apto” e esse “sentir-se donzela”.

E o gênero (masculino ou feminino) perdeu a importância da Idade Média. Porque, considerando os novos papéis sociais da mulher, ela também é chamada a protagonizar o mito de Parsifal. E é por isso que, para ambos os gêneros, o sucesso nos estudos, seja no colégio, no Enem ou na faculdade, costuma ombrear-se com as boas relações afetivas, mais especificamente aquelas relações que formam uma linda história de amor entre uma mulher e um homem.

E, como em tudo na vida, para chegarmos a um final feliz, existem muitos dragões a serem derrotados. A cada dia, temos novos desafios. É assim nos estudos, é assim no trabalho e é assim nas nossas relações afetivas.

Então, para que você tenha sucesso neste ano que está começando, responda-me: já se decidiu sobre quais dragões você derrotará em 2022? Eu já me decidi. E derrotarei os que cruzarem o meu caminho. Derrote-os também.

A todos, heróis e heroínas, desejo bons estudos. E sucesso nos concursos.

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