Nunca vou me esquecer de um aluno do primeiro período de Direito. Ele era gago em muitas vezes, e eu o atendi no intervalo das aulas. Foi assim que ele começou a pronunciar as primeiras frases. Criado pela madrasta, que era mãe de dez filhos, ele sofria discriminação constante. Sua refeição era sem carne e composta das sobras do que os outros não queriam.
Mas, desde os primeiros anos escolares, os professores noticiavam que se tratava de um aluno brilhante, o que era uma ofensa para a madrasta: “Você acha que é mais inteligente que meus filhos?! Vai ficar sem comida hoje para aprender a ser humilde.” Aquela dezena de filhos acabou por aprender os mesmos sentimentos da mãe. O jogo predileto era impedir o intruso de falar. E se deliciavam com a gagueira, que logo se instalou.
No último período do curso eu me encontrei com aquele jovem. E, para a minha grata surpresa, ele falou com total desenvoltura. E perguntei admirado: O que aconteceu com a sua gagueira?!
- Professor, o Senhor não sabe como me fez bem desabafar sobre as minhas dificuldades desde a infância. Eu sou muito grato por ter me ouvido.
E ele completou a história de final feliz: “É claro que eu fiz tratamento para me curar da gagueira. Mas percebi que eu merecia um ambiente social melhor. Encontrei minha alma-gêmea e formaremos uma família.”
- Torço pra que vocês sejam felizes.
- E somos, professor. Vamos nos formar em breve. Eu trabalho num grande escritório de advocacia. Mas já anunciei que sairei de lá em breve.
- Ora, por que isso?!
- É que eu passei na prova oral de um importante concurso público.
- Parabéns!
Essa é história do gago que virou orador. Então, leitor ou leitura, se você enfrenta alguma dificuldade que lhe pareça intransponível, acredite: dias melhores virão. Para quem segue acreditando em si mesmo, os dias melhores sempre virão. E, seja qual for o seu sonho, o sucesso passa pelos estudos. Então, bons estudos!