Primeiro lugar na Federal

07/05/2020 às 10:16.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:27

O que você pensaria sobre a capacidade de um candidato que passou em primeiro lugar num vestibular ou no Enem? Esta é a história de um jovem que foi aprovado em primeiro lugar para Agronomia numa universidade federal. Ah! Você pensou que este artigo trata de técnicas de estudos e memorização?  Indiretamente sim. Mas também trata de um “causo” policial. Como dito noutros artigos, de vez em quando escreverei uma crônica policial, com o objetivo de ilustrar os conteúdos relacionados aos estudos para concursos e para o Enem, que é o tema principal desta coluna. Uma das missões inesquecíveis na Polícia Federal é sobre o período em que dirigi a Cadeia Pública Federal do Acre, instituída às pressas para executar a sentença contra dezenas de policiais, incluindo o ex-Deputado Federal Hildebrando Pascoal.  Os mais antigos hão de se lembrar do caso. Entre outras condenações, o Coronel Hildebrando foi acusado de matar seus desafetos com uso de motosserra. E eis que, entre os presos que nada tinha a ver com o grupo de Hildebrando, recebemos um jovem, mal saído da adolescência, condenado por tráfico de drogas. Pasmem: ele prestava assessoria aos plantadores de maconha. Antes de ser preso ele prestou vestibular na UFAC. E veio a boa notícia: aprovação em primeiro lugar para Agronomia. Mas como frequentar o curso se, quando saira o resultado, já estava preso? Ele obteve autorização judicial para ir até a Reitoria, mediante escolta, a fim de se matricular. Mas a UFAC providenciou petição em juízo informando sobre a inviabilidade de receber aquele aluno, apesar do brilhantismo da aprovação em primeiro lugar. E ele não pôde fazer o sonhado curso de Agronomia.   Esse “causo” nos inspira a pensar nas virtudes que se espera de um estudante. Além do prazer de estudar e de aprender, o que se busca com os estudos é, em geral, a ascensão social. Mas de nada adianta a inteligência acima da média se o candidato não tiver uma postura moral adequada.  Afinal, seja no setor público ou privado, quem dará oportunidade a uma pessoa maculada gravemente na sua conduta moral? No caso em comento, aquele jovem não pôde nem sequer seguir nos seus estudos.  Então, que reflitamos sobre este “causo”. Para passar no Enem ou num concurso, basta uma inteligência mediana, conjugada com esforços. Mas, para obter a oportunidade de um futuro melhor, a postura moral é indispensável. A todos e todas, desejo bons estudos. 

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