Respeitar a diferença

17/08/2021 às 13:45.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:42

Na primeira semana deste mês de agosto, escrevi nesta coluna o artigo “reivindicar a desigualdade”. Citei o Evangelho de Mateus para comentar a parábola dos trabalhadores. A ideia central é uma crítica àqueles que trabalharam mais e, embora tenham recebido o que foi combinado, resmungaram contra o patrão que havia pago a mesma quantia aos que trabalharam menos.

Ao se julgarem merecedores de um pagamento maior, acima do que foi combinado, pretendiam tirar do dono da vinha o direito de ser generoso com os que, mesmo tendo trabalhado menos, tinham as mesmas necessidades salariais de todos os trabalhadores. Noutras palavras: aqueles que se queixaram reivindicaram a desigualdade.

Nos estudos (e na preparação para concurso), também há quem não se conforma com os que estudam menos e alcançam a aprovação. Também há aqueles que se queixam das vagas reservadas para grupos específicos, tais como os portadores de necessidades especiais.

Nesse caso, estamos diante dos que desrespeitam as diferenças e peculiaridades de cada um. E, assim como aqueles que reivindicam a desigualdade, achando-se melhor que os demais, os que não respeitam as diferenças não têm a correta compreensão do que realmente significa “tratar com igualdade”.

E, no caso dos portadores de necessidades especiais, uma vez aprovados dentro das vagas a eles reservadas, tornam-se, por imensa maioria, excelentes funcionários. Então, quando você se dirigir a uma repartição pública na qual você sonha em trabalhar mediante aprovação em concurso e, caso encontre um servidor com necessidades especiais, esteja certo de que ele não está ocupando uma vaga que poderia ser sua. 

Em vez disso, observe a dedicação, urbanidade e empenho, atributos que, em geral, encontramos nesses bravos trabalhadores. Então, ele não tirou a vaga de ninguém. E a sua vaga - leitor ou leitora - será conquistada com atributos semelhantes, acrescidos da disciplina de um soldado em campo de batalha.

Afinal, concurso é uma guerra. Para vencê-la, não se atenha a nenhum grupo a que a lei garante uma reserva de vagas. Isso serve para respeitar as diferenças, estabelecendo um tratamento verdadeiramente igualitário. Então, em vez de se preocupar com essa reserva de vagas, preocupe-se em superar a si mesmo.

A todos eu desejo bons estudos.

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