Nestes tempos de confinamento eu me surpreendo ao constatar que pouco se tem falado sobre Thomas Robert Malthus que, a partir do final do Século XVIII, estudou o fenômeno do crescimento populacional. Em resumo, o Pai da Demografia afirmava que o crescimento da produção de alimentos era menor que o da população. Isso era verdadeiro na época dele, sobretudo no Século XIX, quando a população inglesa aumentou bastante, no contexto da Revolução Industrial.
Suas ideias influenciaram a Filosofia, Sociologia, Economia e o chamado Darwinismo Social. Assim, fenômenos como guerras, pestes e epidemias passaram a ser considerados reguladores naturais da explosão demográfica.
O economista e professor Alcyr Veras, em artigo na Tribuna do Norte, apresentou a contestação às ideias de Malthus, feitas por contemporâneos dele, por ignorar “a estrutura social da Economia e as possibilidades criadas pela tecnologia utilizada na produção agrícola” (fonte: tribunadonorte.com.br/noticia/malthus-a-epidemia – acesso em 29.3.20).
De fato, como bem disse Nilton Soares, várias circunstâncias a partir do Século XX trouxeram outra realidade: “a mecanização do campo que aumentou o número de produção alimentícia, a emancipação da mulher (...) decisiva no controle da fertilidade” (fonte: noticiasagricolas.com.br/fala-produtor – acesso em 29.3.20).
Mas, mesmo considerando que as tecnologias atuais produzem abundância, temos que considerar que chegamos a quase sete bilhões de habitantes em todo o globo terrestre. E a Biologia explica: isso é uma oportunidade parar as bactérias e vírus em geral.
Vivemos uma situação de guerra. Se você ficar em casa, pode perder o emprego. Se for trabalhar, pode morrer ou matar um idoso do seu apreço. Mas uma coisa é certa: quando essa guerra for vencida, quem ficou em casa ocupará os empregos de quem faleceu. Então, siga as recomendações para se cuidar. E, por via das dúvidas, se houver divergências entre as autoridades e os cientistas, fique com estes últimos.
Outra coisa também é certa: assim como o vírus aproveitou a oportunidade, aproveite também e mantenha os estudos (e as atividades físicas também). Quando essa crise acabar, o Poder Público precisará de pessoas qualificadas.
Então, eu desejo a todos que sigam se qualificando pelos estudos, com ou sem confinamento.