Tiro no pé que atingiu o teto

28/01/2020 às 16:08.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:27

Alguns governantes tendem a perder a paciência no jogo democrático. É assim que surge o perigo de a citação de Mao Tsé-Tung tornar-se uma realidade: “A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra é uma política com derramamento de sangue”.

Quando se chega a esse ponto, ninguém está seguro. Rebeldes são presos ou caem nos embates. No outro extremo, autoridades de todos os escalões podem sofrer atentados.

Há quem diga que certos momentos históricos justificam esses endurecimentos. Seja como for, ao lado de eventos dramáticos, também ocorrem episódios hilários nesses tempos de descompasso com a democracia.

Frei Beto relata que, quando foi preso, seu sabonete havia caído fora do seu alcance. Ao pedir ajuda a um carcereiro, este disparou olhares de desconfiança e se afastou do que lhe pareceu ser uma bomba. Grande semelhança: um sabonete e uma bomba.

O local foi isolado e o esquadrão antibombas entrou em ação. O material suspeito foi recolhido com equipamentos especiais. E, mesmo o sabonete não tendo “detonado”, foi levado ao serviço de perícia, onde foi cuidadosamente fatiado. A equipe de segurança só foi desmobilizada depois que os peritos atestaram que era apenas um sabonete mesmo.

E tem outros “causos”? Oh, é o que mais tem. Um que entrou para a história foi sobre a segurança pessoal de um ministro. É até difícil imaginar nos dias de hoje, mas, naqueles anos de regime de exceção, as equipes de segurança dos ministros tinham policiais munidos de armas longas.

E eis que um deles deu um “tiro no pé”, ou seja, fez o que não devia ter feito. Confiou demais nas suas habilidades e deixou a HK pronta para disparo em rajada. Aí, o balanço do carro em movimento, aliado a um segundo de distração, fez a arma disparar na direção do teto.

Ninguém foi alvejado. Mas o ministro quase morreu de susto. Foi um tiro no pé que atingiu o teto.

No próximo artigo retomarei o tema principal desta coluna: técnicas para estudar mais e melhor. Mas, de vez em quando, contarei um “causo”. Afinal, eles ajudam na memorização.

Desejo a todos bons estudos.

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