Advogado deve estimular o entendimento e não o litígio no condomínio

26/07/2019 às 19:47.
Atualizado em 04/08/2022 às 22:31

Advogados são profissionais que têm a missão de atuar na solução de problemas, sendo eles importantes na melhoria das relações ao prestar esclarecimentos sobre os direitos e obrigações dos condôminos. Porém, recebemos de leitores relatos de casos em que o advogado se torna o inimigo número um dos condomínios, havendo aqueles que se apresentam como especializados em condomínio, mas que na verdade parecem ser especialistas em “procurar pelo em ovo”, aparentemente para justificar sua contratação. São criativos em complicar situações que poderiam ser resolvidas num diálogo, tornando-as mais graves, passando a ser um dificultador ao invés de ser um facilitador.

Um leitor nos relatou que há anos perdurava um conflito entre alguns condôminos em razão de uma parte descoberta da garagem. Recentemente, para resolver a questão, o condomínio decidiu em assembleia, aumentar em 1 metro uma laje na garagem do prédio, dando fim ao motivo das discussões. Porém, o “advogado complicado” contratado pelo condomínio apontou várias questões sobre a pequena obra, tornando polêmico o que estava tranquilo: exigiu parecer técnico de um engenheiro, aprovação de projeto pela Prefeitura e registro da nova obra no Cartório e acionou o Corpo de Bombeiros para tratar do AVCB. Ao final, a obra que custaria R$2 mil e seria concluída em 8 dias, passou a custar R$10 mil tendo demorado anos diante da burocracia. Frente a esse relato, pergunta-se: será que todas as exigências do advogado eram realmente necessárias?

É preciso entender que não se pretende defender que irregularidades ou ilegalidades sejam praticadas, mas exemplos como o demonstrado, indicam que há situações em que excessos (motivados por amadorismo ou falta de experiência) acabam por inviabilizar a execução de atividades simples.

Quanto pior, melhor. E quem ganha com isso?
Há condomínios que, motivados pela insegurança do síndico ou pela amizade desse com um advogado, contratam esse patrono para auxiliá-los mediante o pagamento de honorários fixos mensais, mesmo não havendo serviço a ser prestado pelo profissional de maneira a justificar o custo mensal. Em alguns casos, há moradores que forçam litígios para obrigar o advogado a trabalhar, e assim passamos a compreender a razão de centenas de ações ilógicas movidas por condomínios que passam a ter elevadas despesas judiciais.

Cabe aos condôminos ficarem atentos, pois em casos como os relatados pelos leitores, o interesse deixa de ser o bem da coletividade. O advogado se torna o dificultador, apoiado por alguns moradores e, assim, não há argumentos que o faça resolver problemas amigavelmente, por mais convincentes que sejam, não há proposta que permita um acordo, por melhor que seja, pois o objetivo real, lamentavelmente, é gerar processos, obter honorários duradouros mesmo que isso cause mais desgastes ao seu cliente.

Colunista do Hoje em Dia esclarece dúvidas – Hoje, às 19h
Hoje, das 19h às 21h30, acontece a 5ª edição do “Conversa com Kênio”. O advogado e colunista do Hoje em Dia esclarecerá os assuntos polêmicos sobre condomínios. O interessado deverá ligar para (31) 2516-7008 para fazer sua inscrição gratuitamente.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por