Fique atento à taxa de juros ao financiar imóvel

20/09/2019 às 19:48.
Atualizado em 04/08/2022 às 22:28

As pessoas devem ficar atentas para as dívidas oriundas dos contratos de financiamentos imobiliários, que possuem valores expressivos e são contratados com prazos longos, muitos em torno de 10 a 35 anos. O problema é que até em contratos de loteamentos e de unidades na planta, com prazo mais curto, tem aumentado a inadimplência pelo fato da maioria das pessoas não entenderem sobre a evolução da dívida.

O financiamento imobiliário pode parecer vantajoso na hora de comprar, mas é importante refletir sobre o teor do contrato que está para ser assinado, pois envolve valores altos e há casos em que são previstos além da correção mensal (INCC, CUB, IGP, IGP-M, INPC, IPCA), o juro de 1% ao mês, o que leva o valor da dívida a aumentar mais do que o preço do imóvel.

O brasileiro não tem costume com as regras de matemática financeira e deixa de fazer cálculos antes de contratar o financiamento. Por isso, alertamos as pessoas ser melhor poupar o maior valor possível para dar de entrada e financiar somente o que for essencial pelo menor número de parcelas.
Durante o boom imobiliário, ocorrido entre 2006 e 2013, os imóveis estavam subindo muito de valor, sendo que no ano de 2010 teve imóvel aumentando cerca de 20% ao ano. E, em contrapartida, a taxa de juros do financiamento da Caixa Econômica Federal era de 10% ao ano, o que levavam as pessoas a terem um lucro ao financiar o imóvel.

Com inflação baixa o valor dos juros pesa mais
Contudo, o cenário econômico mudou e hoje o financiamento apresenta maior risco para o mutuário, sendo comum em alguns casos o valor pago no decorrer de décadas superar em mais de 200% o valor inicial do imóvel. A previsão de juros no financiamento faz o valor da dívida aumentar mais do que evolução do valor do imóvel. Como exemplo, cito o caso de um financiamento no valor de R$300.000,00, sendo que levando em conta a inflação mensal de 0,4%, acrescida do juro de 1% ao mês, caso o devedor pague no mês R$5.000,00, amortizará apenas R$788,00 da dívida, já que R$4.212,00 consiste em juros e correção. Dessa forma, passará a dever R$299.212,00.

São nesses momentos que as pessoas percebem que redigir contrato exige expertise, pois ao concluir qualquer transação, especialmente com imóvel que envolve valor expressivo, é necessário muito conhecimento e técnica para elaborar cláusulas que podem ser decisivas para evitar transtornos e prejuízos. No caso do contrato com taxa de juros de 12% capitalizada com a inflação de 5,% ao ano, sobre uma dúvida de R$500 mil, significa que esse montante aumentará R$88 mil por ano, ou seja, R$7.333,00 por mês.

Em caso de inadimplência é importante os mutuários buscarem assessoria jurídica especializada, pois existem mecanismos de negociações com os bancos para evitar a perda da sua casa, sendo possível incorporar o saldo devedor ao débito restante e fazer a repactuação, a fim de que o mutuário possa honrar o compromisso e evitar a perda do seu imóvel.
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por